<div style="text-align: justify">[FOTO1]Pela <strong>primeira vez</strong> unânimes, todos os <strong>sindicatos</strong> protestam nesta terça-feira (17/12) na França contra a<strong> reforma da Previdência</strong>, na tentativa de fazer o governo ceder, no 13; dia de uma <strong>greve </strong>que ainda paralisa amplamente as <strong>grandes cidades</strong>.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Os opositores ao novo sistema universal de aposentadoria, projeto emblemático do presidente reformista Emmanuel Macron, pretendem realizar uma nova demonstração de força para pressionar um governo enfraquecido pela renúncia do arquiteto do projeto, suspeito de conflitos de interesse. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Este será o terceiro dia de manifestação desde o início do mês. Em 5 de dezembro, mais de 800 mil pessoas saíram às ruas na França. No dia 11, os manifestantes somaram 339 mil.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Mas, nesta terça-feira e pela primeira vez, todos os sindicatos estarão mobilizados, até mesmo o CFDT, com o qual Macron poderia contar para adotar sua reforma.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Ao mesmo tempo, a greve continua, principalmente no metrô de Paris e nas ferrovias.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"Vou ter que ir andando (...) por uma hora e meia, entre Paris e um subúrbio a oeste", prevê Clément Lef;bvre, de 20 anos, estudante de Jornalismo. "Temos provas esta semana, então tenho que me virar para não perder a hora".</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Metade das linhas de metrô estão completamente fechadas, causando centenas de quilômetros de congestionamentos em Paris e seus arredores.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"Estou tentando ir para Lyon e ainda não sei se vou chegar lá. Eu realmente compartilho os ideais sociais dos grevistas (...) mas está sendo difícil para as pessoas", declarou Asdine à AFP, na estação de trem de Lille (norte).</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">[SAIBAMAIS]E a situação não deve melhorar com a aproximação das festas de final do ano. "Os franceses permanecerão na plataforma da estação para as festas de Natal?", questionou o jornal Le Figaro.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O governo pede "responsabilidade" aos sindicatos, mas os opositores à reforma culpam a intransigência, segundo eles, do Executivo.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">De acordo com uma pesquisa da Harris Interactive para RTL e AEF Info, 62% dos franceses apoiam o movimento de greve, embora 69% desejem uma "trégua de Natal".</div><h3 style="text-align: justify">"Delevoye se aposenta" </h3><div style="text-align: justify">O jornal Libération destaca a saída do arquiteto da reforma, Jean-Paul Delevoye, forçado a renunciar por não ter declarado, conforme exigido por lei, uma dúzia de funções que exerceu em paralelo ao seu cargo no governo. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"Delevoye se aposenta. O Executivo soma poucos pontos", escreveu o Libération em um jogo de palavras com o sistema de aposentadoria por pontos desejado pelo governo para unir os 42 regimes existentes atualmente, incluindo os especiais que permitem a aposentadoria mais cedo dos condutores de trem.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Mas foi o acréscimo a esta reforma de uma "idade do equilíbrio" (64 anos em 2027) que levou os sindicatos a se unirem nas ruas: esta idade visa manter o equilíbrio financeiro do sistema, uma vez que todos poderão continuar a se aposentar aos 62 anos, mas sem o valor integral, que só seria pago para quem esperar até os 64.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">É um incentivo "forte" para se aposentar aos 64 anos, de acordo com o primeiro-ministro Édouard Philippe.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Aos sindicatos que solicitam a retirada completa da reforma (CGT, FO, Solidaires...) juntaram-se nas ruas o CFDT, o maior sindicato da França, o CFTC e o Unsa. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"Mudar todas as regras é bastante instigante para não adicionar medidas financeiras a partir de 2022", argumentou o líder do CFDT, Laurent Berger.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"Espero que o governo entenda que precisamos apertar o botão de parada", ressaltou Yves Veyrier, número um do FO.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"Não vamos retirar a reforma", já alertou a porta-voz do governo, Sibeth Ndiaye, enquanto Edouard Philippe receberá as organizações sindicais e patronais na quarta (18/12) e quinta-feira (19/12).</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O tempo está acabando. "É hora de pôr um fim aos bloqueios", implorou a Medef, a organização patronal, em uma carta aos seus membros, temendo "um fim de ano no vermelho". </div>