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Impressoras também fazem vidro

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Produzir objetos de vidro em 3D não é fácil. Uma das alternativas é usar vidro fundido e partículas de cerâmica em pó. Mas há muitas desvantagens, como a necessidade de temperaturas extremamente altas e a falta de equipamentos resistentes ao calor. Pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETH Zurich), na Suíça, buscam resolver esse problema. Para isso, a equipe aposta na estereolitografia, uma das primeiras técnicas de impressão em três dimensões.

David Moore, Lorenzo Barbera e Kunal Masania, liderado por André Studart, desenvolveram uma resina especial, que contém moléculas plásticas e orgânicas, e pode ser processada usando uma tecnologia já disponível no mercado, a digital light processing. Pelo método, são irradiados padrões de luz ultravioleta (UV) na resina. Como os componentes da resina são sensíveis à luz, eles endurecem em contato com ela.

As pequenas moléculas de plástico se combinam para formar uma estrutura tipo labirinto, criando um polímero. As de cerâmica preenchem os interstícios desse labirinto. Como a impressão é por camadas, pode-se alterar a temperatura e misturar outras substâncias à composição para criar objetos diversos. Ao adicionar fosfato à resina, por exemplo, é possível imprimir tipos combinados de vidro em um mesmo objeto.

Peças grandes, como garrafas e copos, ainda não podem ser produzidas dessa maneira. ;Mas esse não era realmente o objetivo do projeto. Queríamos provar a viabilidade de produzir objetos de vidro de geometria complexa usando um processo de impressão 3D;, enfatiza Kunal Masania. Detalhes do trabalho foram apresentados na revista científica Natural Materials.