<div style="text-align: justify">[FOTO1]A <strong>comunidade internacional</strong> entra nesta sexta-feira (13/12) na reta final da <strong>COP25</strong>, que corre o risco de ser encerrada sem o impulso exigido pela ciência e pela sociedade civil para evitar uma <strong>catástrofe climática</strong>.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Quatro anos após a assinatura do Acordo de Paris, a ciência elevou ao máximo o alerta a respeito do <strong>aquecimento global</strong>, com seus efeitos devastadores manifestando-se por eventos climáticos extremos.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A jovem ativista ambiental Greta Thunberg, eleita "personalidade do ano" pela revista Time, trouxe para a COP25 de Madri a voz da juventude, cujo clamor foi sentido com força sem precedentes nesta conferência anual da ONU.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Thunberg, alvo nos últimos dias de Donald Trump e Jair Bolsonaro, vai liderar nesta sexta em Turim (Itália) uma nova greve estudantil pelo clima que será replicada em dezenas de cidades, incluindo Madri.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Mas o entusiasmo político com o qual o Acordo de Paris foi assinado, a fim de limitar o aumento da temperatura a menos de %2b 2;C e, idealmente, a 1,5;C, parece perder força, enquanto o multilateralismo retrocede e os nacionalismos se espalham.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"Os governos não podem voltar para casa com um pacto que dilua o Acordo de Paris", alertou Alison Tate, da Confederação Sindical Internacional. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Cerca de 200 países são convidados a encerrar um capítulo essencial do Acordo, que prevê a regulamentação dos mercados de carbono, um sistema de troca de emissões projetado para acelerar sua redução.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Também era esperado que mostrassem sua determinação em aumentar suas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa até 2020 para alcançar uma segurança climática de 1,5;C.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Mas grandes emissores como China e Índia, e também o Brasil, descartaram ações no curto prazo. Muito menos os Estados Unidos, que anunciou sua retirada do Acordo de Paris.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">[SAIBAMAIS]Somente a União Europeia aprovou em uma cúpula em Bruxelas a meta de atingir a neutralidade de carbono em 2050, mas o pacto não inclui a Polônia, um dos países membros mais poluentes.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O texto atualmente discutido "é completamente inaceitável" por sua falta de ambição, lamentou nesta sexta a diretora do Greenpeace, Jennifer Morgan.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Morgan instou a UE a "rejeitar o texto do bloco" e disse que espera que a presidência chilena da COP25 contribua para as negociações. "Ainda não vi a liderança necessária" no Chile, apontou.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Enquanto a ONU estima a necessidade de uma redução de 7,6% anualmente entre 2020 e 2030, as emissões de CO2 continuaram a aumentar em 2019 em todo o mundo. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">No ritmo atual, a temperatura global pode subir 4 ou 5;C no final do século em comparação com a era pré-industrial e comprometer o futuro das próximas gerações.</div><h3 style="text-align: justify">Papel do Brasil </h3><div style="text-align: justify">Na mesa de negociações, a resposta não apenas se afasta do caminho da ação climática, mas alguns membros até questionam sua urgência.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Dois grupos surgiram: "Quem quer ir mais rápido e quem quer se esconder no que tem sido insuficiente para, assim, não seguir em frente", lamentou a ministra da Transição Ecológica da Espanha, Teresa Ribera.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O Brasil, como condição para o avanço nas negociações, exige que os países ricos concretizem sua promessa de apoiar financeiramente as nações em desenvolvimento para enfrentar e se adaptar às mudanças climáticas.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Os países em desenvolvimento "não são os que provocam as emissões". Os mais ricos "devem cumprir sua promessa sobre os fundos", disse o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, à AFP.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Morgan criticou ferozmente o Brasil: "Está claro em que grupo está aqui, na indústria e nos atores poluentes. O Brasil parece estar aqui em busca de dinheiro". </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"Estamos consternados com o estado das negociações", admitiu Carlos Fuller, negociador-chefe de um grupo de 44 Estados insulares, muitos dos quais enfrentam uma ameaça existencial devido ao aumento do nível do mar.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"É como se o que acontece no mundo real e nas ruas com os manifestantes não existisse", disse Alden Meyer, um veterano observador das negociações. "Aqui estamos em um mundo imaginário". </div>