<div style="text-align: justify">[FOTO1]Os argelinos, que<strong> protestam</strong> contra seus <strong>líderes</strong> há nove meses, votam na quinta-feira (12/12) em <strong>eleições presidenciais</strong> que não desejam, pois são vistas como meios utilizados pelo regime para permanecer no <strong>poder</strong>. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Embora nenhuma pesquisa tenha sido publicada, os observadores esperam uma abstenção em massa em um país onde já era cronicamente alta. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O <strong>protesto popular</strong> não perdeu força e a votação é anunciada como um "fiasco total" em termos de participação, diz a historiadora Karima Dir;che. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">As seções de votação no exterior, abertas desde sábado (7/12), estão quase vazias. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Desde 22 de fevereiro, o regime é desafiado por um movimento popular, o "Hirak". Tendo obtido em abril a renúncia de Abdelaziz Buteflika, chefe de Estado por 20 anos, o "Hirak" agora exige o desmantelamento de todo o "sistema político", no poder desde a independência em 1962. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Pilar do regime, o alto comando do exército assumiu abertamente o poder desde a renúncia de Buteflika e está determinado a escolher rapidamente um sucessor para deixar para trás a crise político-institucional em que o país está mergulhado. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Seguiu os caminhos da "transição" proposta pela oposição e pela sociedade civil para reformar o regime, em particular a Constituição, que serviu para legitimar o poder de Abdelaziz Buteflika. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">[SAIBAMAIS]Na ausência de candidatos, uma eleição presidencial inicialmente prevista para 4 de julho teve que ser anulada e, desde então, a Argélia é liderada por um presidente interino ausente, Abdelkader Bensalah, cujo mandato legal terminou há cinco meses, e um governo nomeado por Buteflika, dois dias antes de sua demissão, para dirigir os assuntos atuais sob as ordens de seu fiel aliado Nuredine Bedui. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Os argelinos participaram na sexta-feira (13/12) de um protesto para demonstrar sua rejeição a essa eleição presidencial. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">- Os candidatos- </div><div style="text-align: justify">Os cinco candidatos (Abdelaziz Belaid, Ali Benflis, Abdelkader Bengrina, Azzedine Mihubi e Abdelmajid Tebbune) viveram uma campanha eleitoral que terminou no domingo à meia-noite, agitada e muito complicada, sob um clima de crescente repressão.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Todos eles são considerados "filhos do sistema" por causa de seu papel durante a presidência de Buteflika - dois eram seus primeiros-ministros e outros dois ministros - mas são criticados, acima de tudo, por servirem de vínculo com o regime, concorrendo a eleições. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Após 20 anos de fraude sob a presidência de Buteflika, as alegações de "transparência" e "sinceridade" das eleições não convencem, apesar de uma ligeira modificação da lei eleitoral que transfere as prerrogativas organizacionais do Ministério do Interior para uma "autoridade independente". </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Segundo os analistas, o presidente que será eleito já está desacreditado e não será reconhecido pela opinião pública, vindo a ter um problema real de legitimidade eleitoral.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O Hirak deverá continuar atuando após as eleições, segundo os observadores. </div>