<div style="text-align: justify">[FOTO1]O Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia confirmou o <strong>recebimento </strong>de uma denúncia do <strong>governo interino da Bolívia </strong>contra o <strong>ex-presidente Evo Morales</strong> por "crimes contra a humanidade", segundo um tuíte de um escritório de advocacia de Paris, publicado nesta terça-feira (10/12) pela <strong>imprensa local</strong>.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"A Procuradoria do Tribunal Penal de Haia recebe denúncia contra Evo Morales e ex-ministros por supostos crimes contra a humanidade. Mecanismo subsidiário pode ser ativado", escreveu o jurista Alfonso M. Dorado, em sua conta no Twitter.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O TPI "confirma o recebimento do documento sob o registro OTP-CR-564/19", acrescentou.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O TPI, com sede em Haia, é o órgão judicial independente com jurisdição para processar e julgar indivíduos acusados de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Em uma comunicação dirigida à procuradora do TPI e publicada no Twitter por Dorado, juntamente com Morales, também são apontados na denúncia o ex-vice-presidente Álvaro García Linera e os ex-ministros Juan Ramón Quintana (Presidência), Javier Zabaleta (defesa) e Wilma Alanoca (Culturas), bem como o deputado de La Paz Gustavo Torrico.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">[SAIBAMAIS]Morales renunciou em 10 de novembro, depois de perder o apoio das Forças Armadas em meio à revolta social que se seguiu às controversas eleições de 20 de outubro, e a senadora Jeanine Áñez assumiu a presidência interina para convocar novas eleições.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O ex-presidente é investigado sobre um áudio em que uma voz - que o governo interino assegura ser de Morales - pede para cercar as cidades e interromper o fornecimento de combustível e alimentos.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Morales, que governou o país por quase 14 anos, asilou-se no México junto com García Linera, mas atualmente está em Cuba, segundo o governo mexicano. Os outros ex-ministros acusados permanecem na embaixada mexicana na Bolívia, à espera de um salvo-conduto.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Segundo o escritório jurídico, Morales e seus colaboradores são acusados de "assassinatos seletivos com franco-atiradores, emboscadas, estupros e agressões sexuais, tomada de reféns, tortura física e psicológica, terrorismo de Estado, interrupção do acesso a alimentos e água para certas cidades".</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O recebimento das denúncias não implica a abertura de uma investigação, informou a Procuradoria do TPI em comunicado publicado por Dorado.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A Bolívia foi abalada por manifestações violentas que deixaram 34 mortos após as eleições de 20 de outubro, vencidas por Morales, mas que depois foram anuladas em razão de "irregularidades maliciosas" relatadas pela Organização dos Estados Americanos (OEA).</div>