Jornal Correio Braziliense

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Tubo de ensaio - Fatos científicos da semana

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Segunda-feira,
Lago esvazia aos olhos de cientistas
Com algum planejamento e muita sorte, cientistas conseguiram observar, em tempo real, um lago situado na superfície da espessa camada de gelo da Groenlândia esvaziar, por meio de fendas profundas, em questão de horas. O relato da experiência, de julho de 2018, está na mais recente edição da revista científica PNAS. O fenômeno é difícil de observar in loco, mas glaciologistas do Scott Polar Research Institute, da britânica Universidade de Cambridge, tiveram sorte ao chegar à geleira Store, no oeste da Groenlândia. Segundo eles, dias depois de chegarem no local, dois terços do lago, com cerca de cinco milhões de litros d;água, desapareceram da superfície, engolidos pelo solo em apenas cinco horas. Na Groenlândia, a camada de gelo pode chegar a ter um quilômetro de espessura. No verão, é comum que parte da superfície derreta, formando lagos, que, posterormente, podem encontrar uma fenda e, sob pressão, aumentá-la, abrindo um imenso buraco. Os pesquisadores estimam que o fenômeno será cada vez mais frequente devido ao aquecimento global.



Terça-feira,
Cães têm compreensão ampla da linguagem
Estudo divulgado na Royal Society mostra que os cães podem reconhecer certas palavras, mesmo que pronunciadas por desconhecidos, uma pré-disposição para a compreensão da linguagem que se acreditava exclusiva dos humanos. Pesquisadores já sabiam que os cachorros domésticos compreendem ordens simples, e que são capazes de reconhecer vozes humanas familiares que pronunciam frases conhecidas. Não havia, porém, demonstração de que os animais percebem a palavra humana e sua fonética. A constatação foi feita por uma equipe da universidade britânica de Sussex, ao fim de uma experiência com 70 cães domésticos, de diferentes raças, que escutaram sílabas, sem sentido para eles, pronunciadas por desconhecidos: 13 homens e 14 mulheres. ;Até o momento se pensava que esta capacidade de categorizar as palavras, sem treinamento prévio, era exclusiva dos humanos. Mas achamos que não é o caso;, disse Holly Root-Gutteridge, da Universidade de Sussex, coautora do estudo.


Quarta-feira,
diminuição precoce de colesterol reduz riscos
Uma ampla pesquisa publicada na revista especializada Lancet concluiu que administrar um tratamento para diminuir o nível de colesterol em pessoas com menos de 45 anos pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares mais tarde. Por um período muito longo, de até 43 anos, em alguns casos, especialistas, analisaram os dados de mais de 400 mil pessoas de 19 países ocidentais. Ao fim, confirmaram o vínculo entre uma taxa de colesterol excessivamente alta e o maior risco cardiovascular a longo prazo, mas também verificaram que esse risco aumentado é maior em pacientes relativamente jovens (menos de 45 anos) do que naqueles com mais de 60 anos. ;O que se sugere é que não é apenas o nível de colesterol, mas a duração da exposição a um colesterol alto que coloca a saúde em risco;, ressalta Paul Leeson, professor de medicina cardiovascular da Universidade de Oxford, no Reino Unido, em um comentário independente sobre o estudo.


Quinta-feira,
Milagre em Barcelona
Uma britânica, de 34 anos, conseguiu sobreviver a mais de seis horas em parada cardíaca após sofrer hipotermia durante uma excursão aos Pirineus, cordilheira no norte da Espanha. A vida de Audrey Marsh foi salva por uma equipe do hospital Vall d;Hebron de Barcelona, liderada pelo médico Eduard Argudo.;É como um milagre;, reconheceu a britânica, ao lado dos profissionais que conseguiram reanimá-la em 3 de novembro. ;É a parada cardíaca mais longa com recuperação já documentada na Espanha;, disse Argudo. Audrey Marsh, que vive em Barcelona, foi surpreendida por uma tempestade de neve. Quando a equipe de resgate os alcançou às 15h35, ela não apresentava sinais vitais ou atividade cardíaca e sua temperatura corporal era de 18 graus. Em Barcelona, os médicos usaram pela primeira vez um dispositivo inovador chamado ECMO, que se conecta ao sistema cardíaco do paciente para substituir a função pulmonar e cardíaca. O equipamento retira o sangue de uma veia, o aquece, o oxigena e o reintroduz no corpo por intermédio de uma artéria.