Pesquisadores chineses desenvolveram um peptídeo que pode ajudar a potencializar o efeito de uma droga usada no tratamento do HIV. A nova tecnologia, chamada IBP-CP24, rendeu resultados positivos em testes laboratoriais feitos com macacos e ratos. A descoberta foi publicada na última edição da revista Plos Pathogens.
A droga melhorada é o enfuvirtida, que tem sua aplicação clínica limitada. ;A aplicação clínica de medicamentos com peptídeos convencionais, como o enfuvirtida, é comprometida pela meia-vida curta. Para superar isso, desenvolvemos uma estratégia com foco em prolongar esse tempo de eficácia, prolongando a presença dessa molécula na corrente sanguínea;, explicam, em comunicado, os autores do estudo, liderados por Shibo Jiang, pesquisador da Universidade de Xangai.
A equipe usou o peptídeo anti-HIV curto chamado CP24, que foi fundido a outras moléculas com potencial de combate ao vírus. Dessa forma, foi criado o IBP-CP24. Em testes laboratoriais com macacos, o IBP-CP24 inibiu um amplo espectro de cepas de HIV, incluindo um grupo que era resistente ao enfuvirtida. Mais importante: sua meia-vida, no sangue de macacos rhesus, foi 14 vezes maior que a de enfuvirtida usada sem o novo peptídeo.
O teste também foi feito em ratos infectados pelo vírus, que sofreram diminuição significativa do HIV na corrente sanguínea. Segundo os cientistas, esses dados podem abrir portas para um novo medicamento. ;Eles sugerem que o IBP-CP24 tem potencial para criarmos uma droga anti-HIV de ação prolongada, que poderia ser usada sozinha ou em combinação com os anticorpos reguladores (bNAb) durante o tratamento e, talvez, para a prevenção;, frisam os cientistas.
Fusão inibida
É o primeiro medicamento da classe terapêutica chamada inibidor de fusão. Ele se liga à proteína chamada gp 41 do vírus HIV, impedindo a sua entrada em células humanas. Seu uso clínico foi aprovado em 2003.