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Lançada em agosto do ano passado para desvendar segredos do Sol, a sonda espacial Par-ker Solar Probe começa a enviar à Terra uma ;coleção valiosa; de informações, segundo estudos publicados na edição desta semana da revista Nature. Há dados, por exemplo, sobre a coroa de nossa estrela central, que intriga cientistas pela alta temperatura. Ela chega a ter 1 milhão de graus Celsius, contra 6.000;C na superfície solar, que fica mais perto da fonte de calor.
;A coroa encontra uma maneira de esquentar. Estamos analisando os processos físicos que permitem que isso aconteça;, diz, em comunicado, Alexis Rouillard, do Centro Nacional de Pesquisas Científicas da França (CNRS) e coautor de um dos quatro relatórios sobre as descobertas iniciais feitas pela sonda da Nasa.
Justin Kasper, professor de ciências climáticas e espaciais e engenharia da Universidade de Michigan, conta que os dados iniciais já impressionam. ;Mesmo com apenas essas primeiras órbitas, ficamos chocados com o quão diferente a coroa é quando observada de perto.;
Segundo o relatório da universidade norte-americana, acreditava-se que as oscilações no campo magnético do Sol poderiam ter causado o aquecimento da coroa. No entanto, Parker mostra que ondas magnéticas muito mais poderosas, fortes o suficiente para mudar completamente a direção do campo magnético, podem ser a fonte de energia da coroa.
Vento
Os cientistas também ficaram surpresos com o que descobriram sobre a aceleração do vento solar, o fluxo externo de prótons, elétrons e outras partículas que emanam do Sol. Sabia-se que, mais perto, o campo magnético solar puxa esse vento na mesma direção que sua rotação. A expectativa, portanto, era de que esse efeito enfraquecesse ainda mais.
;Para nossa grande surpresa, conforme nos aproximávamos do Sol, já havíamos detectado grandes fluxos rotacionais, de 10 a 20 vezes maiores do que os modelos padrão do Sol previstos;, conta Justin Kasper. ;Então, estamos perdendo algo fundamental sobre o Sol e como o vento solar escapa. Isso tem implicações enormes. A previsão do tempo no espaço precisará levar em conta esses fluxos se quisermos ser capazes de prever se uma ejeção de massa coronal atingirá a Terra ou os astronautas indo para a Lua ou para Marte.;