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Governo da Colômbia negociará diretamente com líderes dos protestos

Manifestantes estão há 12 dias nas ruas na maior onda de protestos na Colômbia desde os anos 1970

[FOTO1]O governo do presidente Iván Duque aceitou nesta segunda-feira dialogar diretamente com os líderes dos protestos na Colômbia, que há doze dias agitam as ruas do país, mas pediu que seja suspensa a manifestação convocada para a próxima quarta-feira.

"Estamos hoje dispostos e prontos para nos sentar esta tarde ou amanhã para discutir" sua agenda de exigências, disse à imprensa Diego Molano, coordenador dos diálogos propostos por Duque para deter a onda de protestos.

O funcionário pediu a suspensão da passeata convocada para o dia 4 de dezembro, para reduzir os "efeitos econômicos" da greve sobre o comércio antes do Natal.

"Afirmamos ao Comitê Nacional de Greve que o governo e o presidente Duque têm toda a disposição para o diálogo, sem ultimatos e pressões, pelo bem da Colômbia".

Até o momento não há um posicionamento do Comitê Nacional de Greve, que reúne sindicatos, estudantes, indígenas e políticos de oposição.

O Comitê já propôs ao governo uma agenda de discussões em torno das múltiplas exigências dos manifestantes, incluindo a adoção "integral" do acordo de paz firmado em 2016 com os rebeldes das FARC, o combate à corrupção, uma melhor política de segurança e o fim dos assassinatos de ativistas de direitos humanos, líderes sociais e ex-guerrilheiros.

Desde 21 de novembro, milhares de pessoas se mobilizam, quase diariamente, em diferentes cidades da Colômbia, na maior onda de protestos no país desde os anos setenta.