<div style="text-align: justify">[FOTO1]O liberal <strong>Charles Michel</strong> se tornará no domingo o segundo <strong>ex-primeiro-ministro</strong> belga a presidir o Conselho Europeu, com a reputação de ser um <strong>moderado</strong> acostumado ao compromisso.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"Que um país ocupe a liderança de um órgão chave da UE pela segunda vez em 10 anos é improvável, mas que a honra seja concedida a um belga dá a nosso país um brilho mais especial", celebrou em julho o jornal Le Soir.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Ministro regional com 24 anos, primeiro-ministro com 38, este liberal francófono, que completará 44 anos em dezembro, teve uma rápida ascensão após a entrada precoce na política à sombra de seu pai, o ex-comissário europeu Louis Michel.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Seu maior êxito até agora era ter conseguido em 2014 liderar um governo de coalizão com os nacionalistas flamengos do N-VA, defensores da independência de Flandres, que para muitos teria vida curta.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Tenaz e acostumado ao compromisso, Michel conseguiu governar durante mais de quatro anos à frente daquela que era chamada de coalizão "camicase", uma novidade na vida política belga, que fez das reformas socioeconômicas seu símbolo.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O acordo entre quatro grupos para o governo federal (que também incluía liberais e democrata-cristãos flamengos) chegou ao fim em dezembro de 2018, quando a N-VA se negou a apoiar o pacto da ONU sobre as migrações.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Os críticos chamaram Charles Michel de "marionete da N-VA" durante a campanha das eleições legislativas de maio e o criticaram por nunca ter censurado seu polêmico ex-secretário de Estado de Asilo Theo Francken (N-VA).</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">[SAIBAMAIS]Os partidos belgas tradicionais, incluindo os liberais de Michel, foram prejudicados nas eleições pelo avanço dos partidos extremistas. Até o momento não foi possível formar uma nova coalizão.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Ele utilizará sua experiência como o terceiro presidente do Conselho Europeu, em um bloco preocupado com seu futuro, abalado pelo divórcio com o Reino Unido e o avanço dos populistas.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">No cenário internacional, Charles Michel mostra boa sintonia com o presidente francês Emmanuel Macron, assim como com o luxemburguês Xavier Bettel e o holandês Mark Rutte, todos líderes liberais.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Mas, em seu novo posto como sucessor do polonês Donald Tusk, ele terá que reconstruir o vínculo abalado entre Paris e Berlim, motores da União Europeia (UE).</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Nascido em 21 de dezembro de 1975 em Namur, Michel entrou aos 16 anos para a juventude do partido liberal de Jodoigne, o reduto de sua família entre Valônia e Flandres. Aos 18 anos foi eleito conselheiro provincial.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Michel, que fala flamengo - habilidade pouco frequente entre os políticos francófonos -, estudou Direito em Bruxelas e Amsterdã e se tornou advogado em 1995.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Quatro anos mais tarde foi eleito deputado federal e em 2000 virou ministro do Interior para a Valônia, o ministro mais jovem da história do país.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A conquista da liderança de seu partido em 2011, derrotando o até então homem forte dos liberais, o futuro comissário da Justiça Didier Reynders, o transformou em uma figura de destaque nacional.</div>