<div style="text-align: justify">[FOTO1]A mensagem nunca foi tão<strong> alarmante</strong>: a <strong>ONU</strong> advertiu nesta terça-feira (26/11) que o mundo não pode mais continuar <strong>adiando</strong> as <strong>ações radicais</strong> necessárias para <strong>reduzir as emissões</strong> de<strong> CO2</strong> se deseja evitar uma <strong>catástrofe climática</strong>.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Para manter viva a esperança de limitar o aquecimento a %2b1,5 ;C - o objetivo ideal do Acordo de Paris - seria necessário reduzir anualmente as emissões de gases do efeito estufa em 7,6%, entre 2020 e 2030, destaca o relatório anual do Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA). Isto significa um corte 55% entre 2018 e 2030.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Qualquer adiamento além de 2020 deixaria rapidamente a meta de 1,5 ;C "fora de alcance".</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">E inclusive para respeitar a meta mínima de 2 ;C em comparação à era pré-industrial, o planeta precisaria reduzir as emissões em 2,7% por ano entre 2020 e 2030.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Mas estas emissões, geradas em particular pelas energias fósseis, aumentaram 1,5% em ritmo anual na última década e "não há nenhum sinal de que alcancem seu teto nos próximos anos", afirma o PNUMA.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O ano de 2018 registrou um novo recorde, com a emissão de 55,3 gigatoneladas de CO2.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A temperatura já aumentou 1 ;C no planeta, o que provocou a multiplicação de catástrofes climáticas. Os últimos quatro anos foram os mais quentes já registrados.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">E cada meio grau adicional agravará o impacto dos distúrbios climáticos.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"Dez anos de procrastinação climática nos levaram a esta situação", lamentou à AFP Inger Andersen, diretora do PNUMA.</div><h3 style="text-align: justify">O preço da inação</h3><div style="text-align: justify">De acordo com a ONU, se as emissões continuarem ao ritmo atual, a temperatura do planeta pode aumentar de 3,4 a 3,9 ;C até o fim do século. E mesmo que os Estados signatários do Acordo de Paris respeitem os compromissos de redução de emissões, o termômetro marcará 3,2 ;C a mais.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O PNUMA afirma que, apesar da pressão, ainda é possível permanecer abaixo de 2 ;C e inclusive 1,5 ;C.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Por este motivo, os signatários do Acordo de Paris devem triplicar suas ambições em comparação ao objetivo inicial e multiplicar por cinco em relação à segunda meta. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">E estes compromissos devem ser acompanhados por ações imediatas.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A constatação "sombria" envia uma mensagem clara poucos dias antes da conferência sobre o clima da ONU (COP25) em Madri, que começará em 2 de dezembro.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">[SAIBAMAIS]"O relatório é um aviso contundente", reagiu a ministra espanhola para a Transição Ecológica, Teresa Ribera.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"Afirma que as emissões devem atingir o teto em 2020, ou seja depois de amanhã, e começar a diminuir de maneira acelerada a partir desta data. Portanto, a COP25 em Madri tem que ser um marco decisivo", disse Ribera</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Enquanto o Acordo de Paris prevê uma revisão das ambições dos Estados na COP26 de Glasgow, no fim de 2020, até o momento apenas 68 países se comprometeram com a medida, mas nenhum dos maiores emissores de CO2 dentro do G20, bloco que aglutina 78% das emissões do planeta. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">China, UE e Índia - membros do G20 - estão a caminho de cumprir seus compromissos iniciais de redução de CO2, mas pelo menos sete integrantes do bloco, incluindo Japão e Estados Unidos - país que oficializou a saída do Acordo -, não os respeitarão.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A ONU também apresentou suas recomendações aos membros do G20: proibir novas centrais de carvão na China, forte desenvolvimento da rede de transporte público na Índia, novos carros com "zero emissões" apé 2030 nos Estados Unidos, entre outras.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">As transformações radicais da economia não poderão acontecer sem uma evolução profunda "dos valores, das normas e da cultura do consumo", afirma o documento. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A transição em grande escala enfrentará "obstáculos e desafios econômicos, políticos e técnicos", que devem ser acompanhados por medidas sociais para "evitar a exclusão e a resistência à mudança".</div><h3 style="text-align: justify">Grandes investimentos </h3><div style="text-align: justify">Os esforços também devem passar por grandes investimentos. Com um cenário de 1,5 ;C, o PNUMA calcula a necessidade de investimentos de entre 1,6 trilhão e 3,8 trilhões de dólares anuais entre 2020 e 2050 apenas para o setor energético.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Os custos financeiros e sociais da transição podem parecer faraônicos, mas adiá-los será pior: "cada ano de atraso a partir de 2020 exigirá reduções de emissões mais rápidas, portanto cada vez será mais caro, improvável e difícil".</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Se o mundo tivesse começado a atuar seriamente em 2010, agora seria necessário reduzir as emissões em 0,7% ao ano para a meta 2 ;C e em 3,3% para 1,5 ;C.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">John Ferguson, analista da Economist Intelligence Unit, considera que já é muito tarde. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A diferença entre as promessas e a ação concreta dos Estados "explica meu pessimismo de que não podemos limitar o aquecimento a 1,5 ;C".</div>