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Israel parecia ontem a caminho da terceira eleição legislativa no intervalo de um ano, depois que o líder centrista Benny Gantz desistiu oficialmente de tentar formar o novo gabinete. Antes dele, o primeiro-ministro interino, o direitista Benjamin Netanyahu, tinha tentado se manter no poder, após 10 anos ; sem sucesso. Nenhum bloco político uniforme saiu das urnas com maioria parlamentar em setembro, na segunda tentativa de romper o impasse político, depois de resultados semelhantes no pleito de abril.
;Ergui cada pedra para tentar formar um governo de união nacional;, declarou Gantz durante uma entrevista coletiva, depois de informar ao presidente Reuven Rivlin que tinha sido incapaz de formar o governo. General reformado e ex-comandante da Forças de Defesa de Israel, o líder do partido Kahol Lavan (;azul e branco;, as cores da bandeira de Israel) apontou como responsáveis por seu fracasso legendas menores que, embora com representação mínima na Knesset (parlamento), se tornaram indispensáveis para compor a maioria. ;Deparei-me com um muro de perdedores que fizeram o possível para impedir que os cidadãos israelenses se beneficiem de um governo sob a minha direção.;
Os partidos de Gantz e do premiê interino saíram das eleições praticamente empatados, com vantagem mínima para a legenda centrista. Ainda assim, o presidente delegou a missão de formar o gabinete, em primeiro momento, para Natanyahu, cujo bloco direitista soma 54 deputados, sete a menos que o número necessário para a maioria nas 120 cadeiras da Knesset. Bibi, como é chamado em Israel, desistiu no fim de outubro, em um gesto que prenunciava o fim da carreira como o político que chefiou por mais tempo o governo de Israel desde a fundação do Estado, em 1948.
Assim como ele, Gantz esbarrou na resistência do ex-ministro da Defesa Avigdor Lieberman, do partido de direita nacionalista Yisrael Beiteinu. Avesso a alianças com os partidos religiosos que apoiam Netanayahu, Lieberman lidera uma bancada de apenas oito deputados, mas sua adesão é indispensável para a composição de uma maioria. Como também recusa um acordo que inclua os deputados que representam a minoria árabe-israelense, o líder nacionalista inviabilizou a montagem de um gabinete liderado por Gantz.
Logo após as eleições, Lieberman chegou a acenar com um governo de ;união nacional; entre seu partido, o Kahol Lavan e o Likud, de Netanyahu ; sem os religiosos nem os árabes. A fórmula seria viabilizada com a alternância entre o general e o líder direitista na chefia do governo, mas foi rejeitada por ambos.
Diante do impasse, o presidente Reuven Rivlin tem a opção de dar prazo de três semanas para que os deputados apontem o nome de um candidato capaz de reunir a maioria e aprovar na Knesset um novo governo. Vencido o prazo, restará apenas a convocação da terceira eleição em menos de um ano ; sem a perspectiva clara de que uma solução política saia das urnas.
;Deparei-me com um muro de perdedores que fizeram o possível para impedir que os cidadãos israelenses se beneficiem de um governo sob a minha direção;
Benny Gantz, líder do partido centrista Kahol Lavan