A violência e o cerco aos templos católicos da Nicarágua aumentaram ontem, em um momento de repressão do governo de Daniel Ortega a opositores que iniciaram greves de fome em duas igrejas para exigir a libertação de 139 ;presos políticos;. Os seguidores do presidente Daniel Ortega mantinham o cerco à Catedral de Manágua, invadida na véspera, para desalojar oponentes em greve de fome e atacar os padres, enquanto a polícia cercava o templo para impedir o acesso a ele.
;A catedral ainda está tomada por montes de pessoas do governo, e o acesso é complicado porque a polícia e as forças de choque vigiam a entrada principal e as ruas adjacentes;, declarou à agência France-Presse Silvia Gutierrez, da coalizão de oposição Unidade Azul e Branca (Unab).
A violência da repressão desencadeada por parte do governo sandinista foi alvo de crítica das Nações Unidas. Depois que policiais cercaram, durante toda a quinta-feira passada, os arredores da igreja de San Miguel de Masaya e da catedral de Manágua, onde grupos de opositores jejuam como parte da campanha ;Natal sem presos políticos;, a arquidiocese da capital da Nicarágua denunciou que partidários do governo invadiram a catedral de maneira violenta.
;Grupos violentos ligados ao governo invadiram e tomaram o controle da catedral de Manágua. Quando foram questionados pelo padre Rodolfo López e pela freira Arelis Guzmán, estas pessoas responderam com violência contra os religiosos;, afirmou a arquidiocese, presidida pelo cardeal Leopoldo Brenes, por meio de um comunicado.
Também quebraram os cadeados do campanário e outros pontos da catedral, acusou a igreja, que considerou o ocorrido uma ;profanação; e pediu ao presidente Ortega que respeite os templos católicos. A oposição pretende organizar ;protestos rápidos, manifestações, greves de fome simultâneas e uma paralisação nacional que será coordenada com as empresas privadas;, disse Félix Maradiaga, um dos líderes da Unab.