<div style="text-align: justify">[FOTO1]Três agentes das <strong>forças de segurança</strong> morreram no Irã, onde <strong>protestos violentos</strong> continuam por causa da decisão inesperada do governo de <strong>aumentar o preço da gasolina</strong>. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Nem as inúmeras prisões nem os cortes na Internet, que dificultam tomar conhecimento da situação no país após quatro dias de violência, parecem ter acalmado os manifestantes.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Em Teerã, centenas de policiais de choque armados com cassetetes foram enviados nesta terça-feira (19/11) ao lado de canhões de água para várias praças da capital, informaram os jornalistas da AFP.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">No leste de Teerã, dois postos de gasolina foram queimados e depois cercados pela polícia, enquanto no oeste houve uma delegacia foi atacada por manifestantes.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O porta-voz da autoridade judicial, Gholamhossein Esmaili, citado pela agência de informações dessa instituição, a Mizanonline, pediu à população que denuncie "para a aplicação da lei os sediciosos, os germes da violência e todos que cometeram crimes". </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Sem dar números, Esmaili disse que houve várias prisões de pessoas que queimaram mesquitas ou bancos, além de "indivíduos que forneceram imagens ou informações para a mídia estrangeira e inimigos" do Irã. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Nas primeiras horas desta terça-feira, as agências Isna e Fars anunciaram a morte de três agentes das forças de segurança esfaqueados em uma <strong>"emboscada"</strong> na província de Teerã.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Os três mortos são um oficial da Guarda Revolucionária, o exército ideológico do Irã, e dois membros do Bassidj, um grupo de voluntários islâmicos. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Essas mortes elevam a cinco o número de mortos confirmados oficialmente desde o início dos protestos, embora possam haver muito mais, segundo informações publicadas nas redes sociais que não podem ser verificadas.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Pelo menos seis outras pessoas morreram, segundo informações de agências iranianas, que geralmente não dão detalhes ou citam suas fontes.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A televisão oficial transmitiu imagens da área de Andimeshk, no sudoeste do país, na qual um homem que parece portar uma arma dispara contra um grupo de jovens jogando pedras.</div><h3 style="text-align: justify">Sem internet </h3><div style="text-align: justify">Os protestos começaram na noite de sexta-feira (15/11), poucas horas após o anúncio da reforma do sistema de subsídios à gasolina que, segundo o governo, beneficiaria as famílias mais carentes, embora isso represente um aumento significativo de preços.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Os protestos acontecem alguns meses antes das eleições legislativas programadas para fevereiro.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Desde 2018, quando os Estados Unidos mais uma vez impuseram sanções econômicas ao Irã, a economia está em recessão. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O PIB iraniano caiu 4,8% em 2018 e deve cair novamente 9,5% este ano, segundo o Fundo Monetário Internacional. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A inflação, causada pela queda do rial, a moeda local, é oficialmente de 40%. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A reforma que desencadeou os protestos significa que o preço da gasolina, que é altamente subsidiado, aumentará em 50%, passando de 10.000 para 15.000 riais (11 centavos de euro) nos primeiros 60 litros comprados por mês. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Se esse valor for excedido, o preço do litro é multiplicado por três, chegando a 30.000 riais. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">[SAIBAMAIS]De acordo com as autoridades, a medida ajudará os 60 milhões de iranianos mais pobres de uma população total de 83 milhões de pessoas. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Na segunda-feira (18/11), a Guarda Revolucionária alertou que está disposta a "reagir decisivamente contra a insegurança e ações que perturbam a paz social". </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Em nível internacional, o escritório de direitos humanos da ONU disse nesta terça-feira que ficou <strong>"alarmado"</strong> com relatos de uso de munição real usada contra manifestantes no Irã. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"Estamos especialmente alarmados com o fato de o uso de munição real ter causado um número significativo de mortes em todo o país", disse Rupert Colville, porta-voz da ONU. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A França, por sua vez, lamentou "a morte de vários manifestantes", enquanto que a Alemanha pediu ao país que "respeite a liberdade de reunião e expressão". </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A Turquia espera, por sua parte, que o clima "acalme o mais rápido possível" em seu país vizinho. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">No domingo, os Estados Unidos condenaram o uso de violência e a <strong>"restrição de comunicações"</strong>, em referência à internet cortada desde sábado.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Segundo a ONG NetBlocks.org, que supervisiona a liberdade de acesso à internet no mundo, os iranianos estão <strong>"isolados do mundo exterior"</strong> pelo desligamento da rede, que funciona apenas com 5% da sua capacidade normal.</div>