<div style="text-align: justify">[FOTO1]Dezenas de <strong>manifestantes pró-democracia</strong> permanecem <strong>entrincheirados</strong> na <strong>Universidade Politécnica</strong> (PolyU) de <strong>Hong Kong</strong> nesta terça-feira (19/11), apesar das ameaças de intervenção cada vez mais explícitas do <strong>governo da China</strong>.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O bloqueio da PolyU, iniciado no domingo (17/11), é o confronto mais longo e violento com a polícia desde o início dos protestos, em junho, na <strong>ex-colônia britânica</strong>.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Muitos estudantes continuam no campus, que fica na <strong>península de Kowloon</strong>. Eles temem a detenção por parte das forças policiais.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Alguns manifestantes conseguiram sair na segunda-feira (18/11) do campus deslizando com cordas por uma passarela e fugindo em seguida de moto.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O destino dos entrincheirados na PolyU provoca uma comoção no movimento pró-democracia de Hong Kong, ex-colônia britânica que enfrenta a crise política mais grave desde que retornou à soberania chinesa em 1997.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Dezenas de milhares de pessoas protestaram na segunda-feira em Kowloon para tentar reduzir a pressão na PolyU e criar outro foco de atenção da polícia, que já anunciou que pode usar munição letal.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, eleita por um comitê favorável a Pequim, afirmou nesta terça-feira que pouco mais de 100 manifestantes permanecem no campus universitário.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Lam falou pela primeira vez sobre a situação e disse que não resta outra escolha aos manifestante que a rendição.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"Este objetivo só pode ser alcançado com a plena cooperação dos manifestantes e sobretudo dos amotinados, que têm que acabar com a violência, entregar as armas e sair pacificamente, escutando as instruções da polícia", advertiu.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Também prometeu que os menores de idade que se entregarem não serão detidos, enquanto os maiores de idade poderão ser condenados a até 10 anos de prisão.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"Mesmo se nos entregarmos, seremos presos", declarou à AFP um estudante de Mecânica. "Querem dar a impressão de que temos duas opções, mas só existe uma, a prisão".</div><h3 style="text-align: justify">Ameaças de Pequim </h3><div style="text-align: justify">Há três dias, os manifestantes responderam às tentativas de expulsá-los do campus com bombas incendiárias e um policial foi ferido em uma perna por uma flecha lançada com um arco de competição.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Os soldados do exército chinês, que têm uma guarnição em Hong Kong desde 1997, saíram do quartel no fim de semana para limpar as barricadas de algumas ruas, uma operação que provoca o temor de uma possível intervenção militar.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">[SAIBAMAIS]O embaixador da China no Reino Unido, Liu Xiaoming, advertiu que Pequim não permanecerá de braços cruzados se a situação no território ficar "incontrolável".</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O regime chinês criticou uma decisão da Alta Corte de Hong Kong que considera inconstitucional a proibição de máscaras nos protestos.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"A decisão da Alta Corte de Hong Kong enfraquece gravemente a capacidade de governar por parte dos chefes do Executivo local", disse Zang Tiewei, porta-voz da Comissão de Leis do Comitê Permanente da Assembleia Nacional Popular (ANP), segundo a imprensa estatal.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Zang considera que apenas a ANP tem o poder de decidir se uma lei está de acordo ou não com a lei fundamental de Hong Kong.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A PolyU fica perto do Cross Harbour Tunnel, um dos túneis da ilha de Hong Kong bloqueado há uma semana.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O movimento de protesto começou em junho com as críticas a um projeto de lei, depois abandonado, que autorizaria extradições à China continental.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Desde então os manifestantes ampliaram as reivindicações para exigir reformas democráticas e uma investigação sobre a violência policial.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Quase 4.500 pessoas foram detidas em cinco meses e meio.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Na semana passada, a crise entrou em uma nova fase, mais radical, com a adoção pelos manifestantes da estratégia batizada de "Blossom Everywhere" (Eclosão em todos os lugares), que consiste em multiplicar as ações em vários pontos ao mesmo tempo para testar a capacidade da polícia.</div>