<div style="text-align: justify">[FOTO1]Manifestantes <strong>pró-democracia </strong>incendiaram nesta segunda-feira (19/11) a entrada do <strong>campus universitário</strong> em <strong>Hong Kong</strong> em que estão <strong>entrincheirados</strong> para impedir uma<strong> intervenção da polícia</strong>, que ameaçou utilizar "munição letal" caso os mobilizados recorram a "armas letais" nos confrontos ao redor da Universidade Politécnica (PolyU).</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Hong Kong é cenário desde junho de manifestações sem precedentes contra a <strong>interferência da China</strong> e a favor de mais democracia no território semiautônomo de 7,5 milhões de habitantes, que sofre sua crise política mais grave desde 1997, quando retornou à soberania chinesa.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O governo de Pequim se recusou a fazer qualquer concessão e advertiu que não tolerará uma insurreição.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A crise entrou em uma nova fase, mais radical, com a adoção pelos manifestantes da estratégia batizada de <strong>"Blossom Everywhere" </strong>(Eclosão em todos os lugares), que consiste em multiplicar os bloqueios e os atos de vandalismo para testar a capacidade da polícia.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"Acabar com a violência e restabelecer a ordem é a tarefa mais urgente", afirmou nesta segunda-feira o porta-voz do ministério chinês da Defesa, em uma referência à primeira mobilização de soldados chineses nas ruas da ex-colônia britânica.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">No sábado, pela primeira vez desde o início das manifestações em junho, soldados do Exército Popular de Libertação (EPL) saíram dos quartéis para ajudar a retirar barricadas das ruas.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A declaração foi feita após uma reunião entre o ministro chinês da Defesa, Wei Fenghe, e o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Mark Esper.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O EPL, que tem milhares de soldados em Hong Kong desde 1997, quando a China recuperou o controle do território, está decidido a "salvaguardar os interesses da soberania chinesa", declarou o porta-voz Wu Qian.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">De acordo com o artigo 14 da Constituição de Hong Kong, o exército chinês pode intervir por ordem do Executivo para "manter a ordem pública" ou em caso de "catástrofe humanitária".</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Enquanto o exército chinês está à espreita, os manifestantes conquistaram nesta segunda-feira uma vitória simbólica: a proibição do uso de máscaras em protestos, anunciada em outubro pelo governo de Hong Kong para tentar conter a mobilização pró-democracia, foi considerada inconstitucional pela Alta Corte.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">[SAIBAMAIS]Para evitar a identificação, os manifestantes usam máscaras, além de óculos de natação ou máscaras de gás para evitar o gás lacrimogêneo.</div><h3 style="text-align: justify">Explosões </h3><div style="text-align: justify">Na madrugada desta segunda-feira foram ouvidas várias explosões, antes de um foco de incêndio ser observado na entrada da PolyU, que durante o fim de semana virou o principal reduto dos protestos.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Ao que parece, a polícia tentou fazer uma intervenção no campus - que fica na península de Kowloon -, mas que foi impedida pelos manifestantes.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Depois que um policial foi ferido no domingo por uma flecha lançada por um manifestante, as forças de segurança alertaram que utilizariam "balas reais", pela primeira vez desde o início dos protestos, que nos últimos dias registraram um nível de violência inédito.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O campus e a entrada do Cross Harbour Tunnel - um dos três túneis que dão acesso à ilha Hong Kong, bloqueado desde terça-feira (12/11) viraram cenário de confrontos desde domingo.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A polícia decretou a região como "zona de distúrbios" e ameaçou destruir as barricadas estabelecidas pelos manifestantes.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O porta-voz da polícia, Louis Lau, fez uma advertência.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"Peço aos agitadores que não usem bombas incendiárias, flechas, carros ou quaisquer outras armas mortais para atacar os policiais. Se continuarem com estes atos perigosos, não teremos outra opção que usar a mínima força necessária, incluindo munição letal".</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Os policiais de Hong Kong portam armas de serviço, mas só utilizam o equipamento em incidentes isolados. Três pessoas foram baleadas pelas forças de segurança, mas nenhuma corre risco, em meses de protesto.</div>