Ex-embaixadora americana na Ucrânia, Marie Yovanovitch testemunha nesta sexta-feira sobre uma campanha contra ela conduzida por Rudy Juliani, advogado do presidente Donald Trump, na segunda audiência pública sobre o impeachment do líder na Câmara dos Representantes. Yovanovitch disse que sua demissão ocorreu a mando do presidente, meses após reclamações de Giuliani e de outros de que o trabalho dela estaria minando a posição de Trump no exterior e obstruindo esforços para persuadir Kiev a investigar o ex-vice-presidente Joe Biden, como antes reportado pelo Wall Street Journal.
"Eu fiquei desapontada que a liderança do Departamento de Estado e outros recusaram-se a admitir que os ataques contra mim e outros estavam perigosamente errados", afirmou Yovanovitch em suas declarações iniciais. Ponto por ponto, ela contestou alegações de Giuliani e de outros contra ela. "Conforme profissionais do serviço diplomático têm sido difamados e minados, a instituição também tem sido degradada. Isso em breve causará sério prejuízo, se já não estiver causando", alertou.
Yovanovitch foi convocada a Washington no fim de abril, três meses antes do que seria um costumeiro mandato de três anos na diplomacia americana. Nesta semana, mais oito testemunhas falaram na sessão aberta da Câmara, inclusive o embaixador para a União Europeia Gordon Sondland, cujo telefonema em julho com o presidente sobre investigações foi um importante foco da audiência na quarta-feira.
A oposição democrata diz que a retirada de Yovanovitch abriria espaço para Giuliani e outros aliados do presidente pressionarem a Ucrânia a investigar Biden e sua família, o que poderia trazer benefícios políticos para Trump. Biden é pré-candidato à presidência em 2020 pelo Partido Democrata. Fonte: Dow Jones Newswires.