<div style="text-align: justify">[FOTO1]Uma nova<strong> evidência</strong> que reforça as suspeitas de <strong>abuso de poder</strong> cometido pelo presidente <strong>Donald Trump</strong> surgiu nesta quarta-feira (14/11), no primeiro dia das históricas audiências televisionadas no Congresso dos <strong>Estados Unidos</strong> para determinar se o presidente republicano deve ser levado a um julgamento político.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Ontem, Trump disse estar <strong>"ocupado demais"</strong> para ver as audiências, durante as quais o presidente republicano recebeu o firme apoio dos congressistas de seu partido.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O quarto processo de impeachment na história dos Estados Unidos busca determinar se Trump usou a política externa para seu benefício pessoal.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A principal prova é a transcrição oficial da Casa Branca de um telefonema de 25 de julho entre Trump e seu homólogo ucraniano, Volodimir Zelenski, no qual o presidente americano lhe pediu que investigasse seu adversário político Joe Biden e de seu filho Hunter por suspeita de corrupção. Este último integrava a diretoria da Burisma, uma empresa de gás ucraniana.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Ex-vice-presidente de Barack Obama, Biden é um dos favoritos para a disputa pela Casa Branca em 2020.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Dois importantes membros do Serviço Exterior americano deram seu testemunho ontem no Congresso: William Taylor, embaixador interino em Kiev, e George Kent, alto funcionário do Departamento de Estado especialista na Ucrânia.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Taylor surpreendeu, ao afirmar que, para Trump, "importava mais" que o governo ucraniano investigasse Biden do que a situação na Ucrânia, em luta contra separatistas apoiados pela Rússia.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Sob juramento, o diplomata disse que soube recentemente de uma chamada telefônica entre Trump e o embaixador dos Estados Unidos na União Europeia, Gordon Sondland.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Um colega seu, que estava a par da conversa lhe contou que, no final da ligação, perguntou a Sondland o que Trump pensava sobre a Ucrânia. "O embaixador Sondland respondeu que o presidente Trump estava mais preocupado em investigar Biden", disse Taylor.</div><h3 style="text-align: justify">"Primeira vez que escuto"</h3><div style="text-align: justify">Trump negou as afirmações de Taylor, as quais chamou de "informação de segunda mão".</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"É a primeira vez que eu escuto isso", disse ele, ao ser consultado sobre o tema na Casa Branca, embora tenha reconhecido que falou "brevemente" com Sondland.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">[SAIBAMAIS]Defendendo que sua conduta foi "irretocável", Trump reiterou, antes da investigação lançada em 24 de setembro pelos democratas, que está sofrendo uma "caça às bruxas".</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A porta-voz da Casa Branca, Stephanie Grisham, disse que Trump passou a manhã "trabalhando", com "reuniões no Salão Oval". À tarde, recebeu o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Na conta do Twitter de Trump, havia uma série de declarações retuitadas de opositores à investigação do Congresso.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Trump pode ser o terceiro presidente americano a ser submetido a um julgamento político, depois de Andrew Johnson, em 1868, e Bill Clinton, em 1998.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Nenhum dos dois foi destituído, e é pouco provável que Trump o seja. Para que isso aconteça, deverá ser condenado pelo Senado, onde os republicanos têm maioria.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Em 1974, porém, o republicano Richard Nixon renunciou à Presidência, diante da iminência de ser julgado pelo escândalo do Watergate.</div><h3 style="text-align: justify">"Não fez nada" </h3><div style="text-align: justify">Taylor disse ainda que as pressões para que se investigasse os Biden provinham de "um canal diplomático irregular" que envolve o advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Consultado sobre os interesses que Giuliani poderia ter, Kent afirmou: "Acredito que estava buscando informação política incriminatória contra um rival potencial nas próximas eleições".</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Em sessões a portas fechadas no Congresso, Taylor e Kent já haviam dito aos legisladores que Trump usou a ajuda militar à Ucrânia como forma de coação.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Na quarta-feira (13/11), Taylor reafirmou sua convicção de que reter assistência militar em troca de favores políticos "seria uma loucura", enquanto Kent considerou que pedidos assim "minavam o Estado de Direito".</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Já os republicanos, que acusam os democratas de montar um circo midiático, enfatizaram que Kiev não sabia que a Casa Branca havia suspendido os quase US$ 400 milhões de assistência militar à Ucrânia. O valor foi repassado em setembro.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"O que o presidente Zelenski fez, de fato, para obter a ajuda?", questionou o congressista republicano John Ratcliffe.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"A resposta é nada. Não abriu investigações. Não fez nada do que os democratas estão dizendo, que estava sendo forçado, coagido e ameaçado a fazer", acrescentou.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Além disso, os republicanos questionaram as qualificações do filho de Biden para estar na diretoria da Burisma, cargo pelo qual recebia US$ 50 mil por mês.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Cerca de dez audiências estão previstas para acontecerem no Congresso até 20 de novembro.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Nestas sabatinas públicas, os republicanos reivindicam o comparecimento de Hunter Biden e do informante não identificado, que revelou a conversa telefônica de 25 de julho, origem do escândalo.</div><div><br /></div>