<div style="text-align: justify">[FOTO1]Com barricadas incendiárias em várias partes de Santiago, a <strong>greve geral</strong> convocada por 100 <strong>organizações sociais</strong> começou nesta terça-feira (12/11) para pressionar o governo de Sebastián Piñera a aprofundar as prometidas <strong>reformas sociais</strong>.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Os <strong>focos de incêndios</strong> impediram a passagem de veículos em alguns acessos a Santiago, onde o transporte público operava com relativa normalidade, tanto ônibus quanto metrô. Os voos no aeroporto de Santiago também operavam normalmente no início da manhã.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"O aeroporto está operando normalmente. As <strong>companhias aéreas</strong> que operam regularmente e os cancelamentos não excedem 3%, como acontece todos os dias por diferentes razões", disse a concessionária do aeroporto em um comunicado.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Na Rodovia do Sol, que liga <strong>Santiago</strong> ao porto de San Antonio e a outras cidades agrícolas na periferia da cidade, grandes barricadas impediam a passagem de veículos em ambas as direções.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A mídia local também relatou outros incêndios em pelo menos dez pontos na cidade.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A convocação para uma greve geral ocorre quatro semanas após o início dos primeiros protestos sociais, com ataques a estações de <strong>metrô de Santiago</strong>, saques a lojas e a supermercados e enormes manifestações de rua.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"Convocamos a paralisar totalmente as tarefas produtivas e os empregos", afirma uma convocação da chamada "Mesa Social", que reúne mais de uma 100 organizações sociais, incluindo a Associação Nacional dos Empregados Fiscais (Anef), o Colégio de Professores, profissionais de saúde pública, funcionários portuários e aeroportuários.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A Confederação Nacional de Cobre, que reúne trabalhadores terceirizados da mineração, também aderiu à convocação.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">[SAIBAMAIS]A empresa estatal Codelco, a maior produtora de cobre do mundo, operou normalmente, embora alguns incidentes tenham ocorrido no caminho para suas instalações no norte do país, confirmou um porta-voz à AFP.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Com quase um terço da oferta global, equivalente a cerca de 5,6 milhões de toneladas produzidas por ano, o Chile é o principal produtor mundial de cobre.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">As <strong>escolas públicas</strong> aderiram totalmente à convocação e uma grande parte das escolas particulares também, algumas por razões de segurança.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A maioria das universidades não tem atividades desde o início das manifestações.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Nos setores privados, a Central Unitária de Trabalhadores - a maior multissindical do país - tem pouco apoio, em um país com baixo nível de sindicalização.</div><h3 style="text-align: justify">Mudança presidencial </h3><div style="text-align: justify">Esse cenário acontece um dia depois do anúncio feito pelo governo de Sebastián Piñera sobre o início de um processo para mudar a Constituição herdada da ditadura de Augusto Pinochet.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A <strong>Carta Magna</strong> atual é chamada de "mãe das desigualdades", tanto por especialistas quanto pelos manifestantes que permanecem nas ruas em meio a uma crise social que entra em sua quarta semana.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Entre as medidas já divulgadas pelo governo para tentar aliviar a tensão, está a ordem dada aos Carabineiros, a Polícia chilena, para fazer um "uso restrito" de armamento.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O anúncio do governo acontece em meio às denúncias e condenações internacionais do uso excessivo da força para reprimir os protestos, diante do dramático saldo de 182 pessoas com lesões oculares por tiros dados pela Polícia.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Depois de 24 dias de protestos, com episódios de saques e incêndios, diferentes pesquisas apontam que passa de 75% o apoio ao movimento conhecido nas redes sociais como "Chile Despertou".</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Em um giro em sua postura, o governo de Piñera anunciou, no domingo à noite, sua vontade de começar um processo para uma nova Constituição por meio de um "Congresso Constituinte", com ampla participação cidadã e um plebiscito para ratificá-lo.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Em vigor desde 1980, a atual Constituição teve mais de 200 modificações em mais de 40 artigos, disse Piñera em entrevista sábado ao jornal "El Mercurio".</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O texto não reconhece, porém, a responsabilidade do Estado de oferecer Educação e Saúde como um direito, duas das exigências dos milhões de chilenos que estão nas ruas desde 18 de outubro passado contra o governo.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Sem precedentes desde o retorno do país ao regime democrático, a crise deixou 20 mortos cinco pelas forças do Estado, mais de mil feridos, assim como denúncias de tortura e de abusos.</div>