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Com base em amostras de sangue coletadas entre os anos de 1980 e 2001 na República Democrática do Congo, uma farmacêutica norte-americana identificou um novo subtipo do vírus da imunodeficiência humana (HIV), que causa a Aids. Segundo o laboratório, a descoberta mostra que o sequenciamento genômico de ponta está ajudando os pesquisadores a ficar à frente das mutações de um micro-organismo que desafia a ciência devido à sua capacidade de mudar com frequência.
Para classificar um novo subtipo, três casos devem ser descobertos independentemente, de acordo com diretrizes de 2000. A cepa identificada agora foi chamada de HIV-1 Grupo M subtipo L. O grupo M é a forma mais prevalente do vírus HIV-1. O subtipo L é, agora, o décimo desse grupo e o primeiro a ser identificado desde que as diretrizes foram publicadas.
Os medicamentos antirretrovirais ; que hoje podem reduzir a carga viral de uma pessoa soropositiva cuja infecção é indetectável e o vírus deixa de ser transmitido ; geralmente têm um bom desempenho contra uma variedade de subtipos, de acordo com uma pesquisa. Mas também há evidências de diferenças entre as cepas na resistência aos medicamentos.
;Como o subtipo L faz parte do principal grupo do HIV, o M, eu acredito que os tratamentos atuais funcionem com ele;, disse à agência France-Presse de notícias (AFP) Mary Rodgers, chefe do Programa Global de Vigilância Viral do Laboratório Abbott.
O laboratório disponibilizou a sequência genética para a comunidade científica a fim de que pesquisadores possam avaliar seu impacto nos testes de diagnóstico, tratamentos e possíveis vacinas. ;Em um mundo cada vez mais conectado, não podemos mais pensar em vírus contidos em um único local;, acrescentou Carole McArthur, professora de ciências bucais e craniofaciais da Universidade do Missouri, Kansas City, que foi coautora de um artigo sobre a identificação da cepa publicado no Jornal de Síndromes de Imunodeficiência Adquirida (JAIDS). ;Essa descoberta nos lembra que, para acabar com a pandemia de HIV, devemos continuar superando esse vírus em constante mudança e usar os últimos avanços em tecnologia e recursos para monitorar sua evolução; acrescentou.
A terceira amostra foi coletada há 18 anos, mas era difícil sequenciá-la dadas as restrições técnicas da época. O Abbott disse que o avanço foi possível graças à tecnologia de sequenciamento de última geração, que permitiu que os cientistas construíssem um genoma inteiro com maior velocidade e menor custo. ;Essa descoberta científica pode nos ajudar a garantir que estamos interrompendo novas pandemias;, disse.
;Como o subtipo L faz parte do principal grupo do HIV, o M, eu acredito que os tratamentos atuais funcionem com ele;
Mary Rodgers, chefe do Programa Global de Vigilância Viral do Laboratório Abbott