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Polícia inicia ação contra imigrantes

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No dia seguinte ao anúncio de medidas governamentais para conter a imigração e a concessão de asilos, a polícia francesa desmantelou ontem dois grandes acampamentos no norte de Paris, onde estavam, em condições precárias, pelo menos 1.600 pessoas. A operação, realizada no início da manhã, mobilizou cerca de 600 policiais que, em poucas horas, retirou os migrantes, que viviam em barracas montadas nas ruas. Eles foram levados de ônibus para abrigos temporários. Agora, a situação será examinada caso a caso.

A ordem para a operação teve como justificativa o grande crescimento dos acampamentos, aliado ao registro de atos de delinquência na região. Segundo levantamento oficial, 213 agressões ocorreram, desde o início do ano, nessa área, no norte de Paris. ;Não posso permitir uma situação tão perigosa como essa. Isso não pode durar;, afirmou Didier Lallement, comandante de polícia da capital francesa.

Um terceiro acampamento, também no norte de Paris, onde estão pelo menos mil migrantes em condições insalubres, será evacuado nas próximas semanas. ;Queremos recuperar o controle da nossa política migratória;, declarou o primeiro-ministro Edouard Philippe. Até o fim do ano, a meta é desmontar todos os acampamentos montados ao nordeste da capital francesa, onde vivem aproximadamente 3 mil pessoas.

O governo do presidente Emmanuel Macron, que deu uma guinada à direita em relação à questão já pensando nas eleições de 2022, também anunciou um plano para estabelecer a partir do ano que vem cotas de imigrantes econômicos em função das necessidades de cada setor. O Palácio do Eliseu afirma que busca ;melhorar a recepção aos que têm direito a asilo; e expulsar de maneira mais rigorosa os migrantes econômicos que não têm direito a esse status.

Dados oficiais mostram que os pedidos de asilo para a França aumentaram em 20% em 2018, enquanto, em média, registraram queda no restante da Europa. Com as 20 medidas anunciadas na quarta-feira, o governo Macron tenta evitar o monopólio do debate sobre o tema por parte da extrema direita.

Muitos migrantes fogem da guerra e da miséria na África, ou no Oriente Médio, e buscam refúgio na Europa. Vários não possuem documentos. Outros são refugiados ou aguardam a resposta ao pedido de asilo. A França vai restringir o acesso ao atendimento de saúde gratuito para os demandantes de asilo e para pessoas sem documento que não receberam status de refugiado, exceto em casos urgentes, alegando que há muitos abusos do sistema.