<div style="text-align: justify">[FOTO1]A <strong>França</strong> vai estabelecer cotas de <strong>imigrantes econômicos </strong>em função das necessidades de cada setor e limitará o acesso dos demandantes de <strong>asilo </strong>à previdência social, uma reforma que evidencia a guinada à direita na política migratória.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"Devemos retomar o controle da nossa política migratória", declarou o primeiro-ministro Edouard Philippe, que apresentou nesta quarta-feira (6/11) 20 medidas do novo <strong>plano de imigração</strong>.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O projeto responde ao desejo do governo francês de não deixar o monopólio do debate sobre a migração para a extrema-direita, com o olhar voltado para as eleições presidenciais de 2022.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Entre as medidas mais polêmicas figura o estabelecimento, a partir de 2020, de cotas de entrada de imigrantes econômicos com exceção dos cidadãos da União Europeia em função das necessidades do mercado de trabalho francês.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"A ideia é ter objetivos em números, ou cotas, em função de uma lista de setores com escassez de mão de obra que será estabelecida a cada ano em colaboração com as organizações sociais e com as autoridades regionais", explicou a ministra do Trabalho, Muriel Pénicaud.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Atualmente, 150.000 empregos na França estão vagos pela falta de candidatos, e 50% das empresas têm dificuldades para contratar, de acordo com o serviço de desemprego francês.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">[SAIBAMAIS]A escassez de mão de obra afeta especialmente dois tipos de funções: as que exigem poucas qualificações, como construção ou hotelaria, e empregos altamente qualificados ou especializado, como engenheiros de computação, ou veterinários.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Para contratar profissionais estrangeiros, as empresas devem seguir atualmente um processo complexo, no qual precisam justificar que não podem contratar um residente francês.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O tema "cotas" para imigração surgiu no início do ano, em plena crise dos "coletes amarelos", quando presidente Macron, até então contrário à ideia, falou pela primeira vez sobre estabelecer "metas anuais".</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Para a esquerda, o presidente centrista se inspira no ex-presidente conservador Nicolas Sarkozy, que se declarou favorável a cotas nacionais, antes de abandonar a ideia por considerá-la "ineficaz".</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A medida é, em grande parte, simbólica. Das 260.000 permissões de estada emitidas pela França em 2018, apenas 33.000 foram por motivos profissionais.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O governo também anunciou um plano para restringir o acesso ao atendimento médico dos demandantes de asilo. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Os solicitantes de asilo terão de esperar três meses até o acesso à proteção de saúde universal. Antes do prazo, eles terão direito apenas a atendimento gratuito por motivos urgentes.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Além disso, os estrangeiros sem documentos e aqueles que não receberam status de refugiado poderão usufruir de uma cobertura completa da previdência social por apenas seis meses, contra 12 atualmente.</div>