<div style="text-align: justify">[FOTO1]O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu às <strong>autoridades mexicanas </strong>nesta terça-feira (5/11) que iniciem uma <strong>"guerra aos cartéis de drogas"</strong>, depois do ataque a uma comunidade mórmon americana no norte do México que matou três mulheres e seis crianças, todas da mesma família.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"Se o México precisar ou pedir ajuda para se livrar desses monstros, os Estados Unidos estão prontos, dispostos e capazes de se envolver para fazer o trabalho de maneira limpa e eficaz", afirmou Trump no <strong>Twitter</strong>.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"É a hora do México, com a ajuda dos Estados Unidos, iniciar a guerra contra os <strong>cartéis de drogas</strong> e apagá-los da face da Terra. Estamos aguardando a chamada do novo presidente", acrescentou Trump.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Já o presidente mexicano, Manuel López Obrador, anunciou mais cedo hoje que pretende conversar com seu colega americano a respeito da chacina na comunidade mórmon em seu país.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"Toda a cooperação necessária: é isso que vou dizer ao presidente Trump, e ver em que eles podem ajudar, mas cuidando da nossa soberania, assim como eles fazem e como todos os países fazem", declarou López Obrador em sua entrevista coletiva matinal diária.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">As nove pessoas de uma comunidade mórmon americana instalada no norte do México há mais de um século foram assassinadas na segunda-feira (4/11) por um grupo de homens armados.</div><h3 style="text-align: justify">Zona de guerra </h3><div style="text-align: justify">Após a chacina, Julián Lebarón, líder mórmon e ativista, denunciou que criminosos que agem na região de Rancho de la Mora, na divisa entre os estados de Sonora e Chihuahua, na fronteira com os Estados Unidos, foram os autores da morte de sua prima e da família dela.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"Minha prima Rhonita seguia com seu marido para o aeroporto de Phoenix (EUA) quando foi emboscada. Atiraram e queimaram sua caminhonete com ela e seus quatro filhos (...). Foi um massacre", disse Lebarón à Rádio Fórmula.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O ativista revelou que seus familiares encontraram a caminhonete calcinada e com os corpos da mulher e das quatro crianças dentro.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Os criminosos sequestraram duas caminhonetes dirigidas por mulheres que transportavam oito ou nove menores de idade, segundo Lebarón.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">[SAIBAMAIS]Algumas horas depois, os dois veículos foram localizados com as duas mulheres que os conduziam mortas a tiros, assim como dois menores de idade, um menino e uma menina, também falecidos.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Entre cinco e seis crianças conseguiram caminhar até sua casa, uma delas com um ferimento de bala.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Durante a noite, a comunidade mórmon, policiais e militares procuravam outra menor de idade que teria se escondido em um bosque.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Perguntado sobre quem poderia ter cometido o crime, Lebarón disse que "aqui é uma zona de guerra", onde agem os cartéis das drogas e todo tipo de "matador".</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Segundo a imprensa mexicana, a maioria dos desaparecidos tem dupla nacionalidade, mexicana e americana.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Lebarón faz parte de uma comunidade de mórmons que se transferiu para o México no final do século XIX, em meio à perseguição nos Estados Unidos por suas tradições, em especial a poligamia.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Com o aumento da violência ligada ao narcotráfico, estas comunidades se viram afetadas. Benjamín Lebarón, irmão de Julián, tornou-se um ativista, ao criar a organização SOS Chihuahua, que denunciava grupos criminosos.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Benjamín foi assassinado por homens armados junto com seu cunhado em julho de 2009, após liderar manifestações contra o sequestro de seu irmão de 16 anos.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Os mórmons se negaram a pagar o resgate, e o jovem Lebarón foi enfim libertado.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Em meio à violência ligada ao narcotráfico, mais de 250 mil pessoas morreram no México desde dezembro de 2006, quando o governo lançou uma polêmica operação antidrogas. Deste total, os dados oficiais não especificam quantos casos estariam relacionados à criminalidade.</div>