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Novos protestos acompanharam ontem, na Bolívia, o início de uma auditoria sobre os resultados da eleição presidencial do último domingo, questionados pela oposição. Os números oficiais anunciados pelo Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) deram vitória em primeiro turno ao presidente Evo Morales, mas o segundo colocado, Carlos Mesa, alega fraudes na apuração e exige o direito de disputar o segundo turno com Morales, em dezembro. A revisão é conduzida pela Organização dos Estados Americanos (OEA) e o governo comprometeu-se a acatar a decisão final, mas Mesa rejeitou a solução.
;Não aceitamos a auditoria nos termos fechados unilateralmente (entre o governo e a OEA);, disse o candidato oposicionista, que manteve a convocação de protestos para exigir a convocação do desempate nas urnas. Desde segunda-feira, quando irromperam as denúncias em meio à apuração, foram registradas ao menos duas mortes em confrontos entre partidários de Morales e das forças adversárias.
Morales, no poder desde 2006 e em busca do quarto mandato, aplaudiu o início da auditoria, que teria brecado ;uma tentativa de golpe de Estado;. O presidente renovou o apelo à pacificação do país à espera da conclusão do processo, mas foi rechaçado por Luís Fernando Camacho, líder do Comitê Cívico de Santa Cruz, reduto oposicionista próximo à fronteira com o Brasil. ;Nossas ações não serão suspensas até que o presidente Morales renuncie, pois não vamos continuar esperando que ele siga no comando;, afirmou Camacho.