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Dispara apreensão de menores imigrantes

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O governo de Donald Trump superou o recorde, registrado na presidência de Barack Obama, de apreensão de menores imigrantes na fronteira com o México. Um balanço da agência do governo federal para controle de fronteiras, citado pelo jornal The New York Times, afirma que as autoridades detiveram 76 mil crianças e adolescentes entre outubro de 2017 e setembro último. O total supera em 52% o registrado no período de 12 meses imediatamente anterior e é o maior contabilizado no país em qualquer intervalo de um ano.

;Esses são números que nenhum sistema de imigração do mundo é capaz de administrar, nem mesmo neste país;, disse à imprensa o diretor interino da Agência dos Estados Unidos para Alfândega e Proteção de Fronteiras, Mark Morgan. ;E os totais aumentaram de mês a mês ao longo desse período. Vocês viram, assim como eu vi;, completou.

A disparada na apreensão de menores, na maior parte oriundos de países da América Central, coincidiu com a convergência entre dois fatores. O primeiro deles foi uma onda de deslocamento de migrantes, através do México, em direção à fronteira com os EUA. O segundo foi a adoção, pelo governo Trump, de uma política de ;tolerância zero; com a imigração, que incluiu o envio de tropas federais para cidades do Texas, para impedir as tentativas de grupos numerosos para ingressar clandestinamente no país.

Afastados
Por decisão da Justiça, as autoridades de imigração tiveram de rever a prática de deter menores e enviá-los para centros de acolhimento em regiões afastadas do local onde foram interceptados. Em muitos casos, crianças e adolescentes foram separados dos pais ou dos adultos com quem viajavam ; e estes foram sumariamente deportados.

Em 2014, o governo do democrata Barack Obama enfrentou uma crise semelhante, com a apreensão de milhares de menores que viajavam desacompanhados. A necessidade de abrigá-los enquanto as autoridades de imigração aguardavam que algum adulto se apresentasse como responsável fez com que a rede de instalações de emergência fosse rapidamente ampliada. Anos mais tarde, já sob o governo de Trump, procuradores federais e congressistas visitaram abrigos provisórios e condenaram as condições em que os menores eram mantidos.