<div style="text-align: justify">[FOTO1]O peronista de centro-esquerda Alberto Fernández deve enfrentar a partir desta segunda-feira (28/10) a reação dos mercados a sua vitória na eleição presidencial da Argentina, em um cenário de recessão e turbulências financeiras. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"Os tempos que vêm não são fáceis", declarou Fernández a seus seguidores, ao anunciar que se reunirá nesta segunda-feira com o atual presidente Mauricio Macri.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"Me reunirei com ele e começaremos a falar do tempo que resta. Certamente vamos colaborar em tudo que possamos porque o que nos interessa é que os argentinos deixem de sofrer de uma vez por todas", afirmou Fernández, um grande crítico da política econômica de abertura de Macri.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Fernández, um advogado de 60 anos que tem como companheira de chapa a ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015), venceu com 48% dos votos a eleição presidencial de domingo (27/10), enquanto Macri recebeu 40,45% dos votos.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Seu triunfo acontece em um momento no qual a América Latina está em ebulição, com protestos no Chile, Bolívia e Equador.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Fernández recebeu mensagens de felicitação dos governos do México, Bolívia, Cuba, El Salvador e Venezuela.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Diante da multidão que celebrou a vitória no domingo à noite, Fernández pediu a liberdade do ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, que também celebrou o resultado da eleição na Argentina em uma mensagem enviada da prisão.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O presidente eleito assumirá o poder em um cenário de recessão econômica, inflação alta (37,7% até setembro) e aumento da pobreza (35,4%).</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A expectativa fica por conta da reação dos mercados, muito agitados nas últimas semanas, com o aumento expressivo do risco-país e a desvalorização do peso argentino.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Em meio ao nervosismo, na sexta-feira o peso registrou desvalorização de 5,86%, apesar do rígido controle cambial e da intervenção do Banco Central, que neste dia perdeu 1,755 bilhão de dólares de suas reservas internacionais.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">[SAIBAMAIS]Desde as eleições primárias de 11 de agosto, nas quais Fernández conseguiu 49% dos votos e Macri 33%, muitos saques em moeda americana foram registrados e superaram 12 bilhões de dólares.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">As reservas internacionais da Argentina estão em 43,503 bilhões de dólares. A dívida alcança US$ 315 bilhões, quase 100% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo as agências de classificação de risco.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Em 2018 a Argentina recebeu um auxílio de 57 bilhões de dólares do Fundo Monetário Internacional (FMI) em troca de um severo ajuste fiscal.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Até o momento o país recebeu 44 bilhões de dólares do empréstimo, mas o organismo aguardava os resultados eleitorais antes de liberar a próxima parcela de US$ 5,4 bilhões, que estava prevista para setembro.</div>