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;Ele morreu após correr para um túnel sem saída, soluçando, chorando e gritando por todo o caminho. Morreu como um cachorro.; Foi assim que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a morte de Abu Bakr al Bagdadi, líder do grupo extremista Estado Islâmico (EI), que, encurralado por soldados norte-americanos na Síria, acionou um colete suicida. Três filhos do terrorista que o acompanhavam também morreram na explosão.
Em um pronunciamento televisionado, Trump, que está sob ameaça de impeachment por pressionar a Ucrânia para investigar os rivais políticos Joe e Hunter Biden, destacou o próprio papel na caçada ao líder do EI e forneceu detalhes da missão, que recebeu apoio da Rússia, da Síria, da Turquia e do Iraque.
Diferentemente dos antecessores Barack Obama e George W. Bush, que informaram com brevidade e discrição a morte de outros arqui-inimigos nos EUA, Osama bin Laden e Saddam Husseim, respectivamente, Trump foi prolixo e promoveu uma sessão de perguntas e respostas com os repórteres, na Casa Branca. O presidente convidou o senador republicado Lindsey Graham, que o criticou pela decisão de retirar as tropas da Síria, para acompanhá-lo no discurso e na entrevista coletiva. Graham destacou o feito como ;um divisor de águas na guerra contra o terror; e afirmou que ;a determinação do presidente ao longo do tempo valeu a pena. Não demos a ele o crédito suficiente por destruir o califado;.
Não tão conhecido dos norte-americanos como foi Bin Laden, Abu Bakr al Bagdadi, 48 anos, apareceu em público uma única vez, em julho de 2014, na mesquita Al Nuri, em Mossul. Vestido de preto e com turbante, o extremista pediu para todos os muçulmanos lhe jurassem lealdade, após ser nomeado chefe do califado proclamado pelo EI nos extensos territórios que tinha conquistado no Iraque e na vizinha Síria.
Al Qaeda
O homem, cujo verdadeiro nome era Ibrahim Awad al Badri, teria nascido em 1971 em uma família pobre da região de Bagdá. Apaixonado por futebol, fracassou na tentativa de ser advogado e militar, e começou a estudar teologia. Durante a invasão americana do Iraque, em 2003, criou um pequeno grupo jihadista sem muito impacto, antes de ser detido na gigantesca prisão de Bucca. Liberado por falta de provas contra ele, se uniu a um grupo de guerrilha sunita vinculado à Al Qaeda, e liderou-o anos depois. Aproveitando o caos da guerra civil, seus combatentes se instalaram na Síria em 2013 e, de lá, lançaram uma ofensiva no Iraque.
O último sinal de vida foi em 2016, quando divulgou um áudio, após o início da ofensiva iraquiana para retomar Mossul, na qual pediu para seus homens lutarem até se tornarem mártires. No auge de seu comando, o EI controlou vastos territórios no Iraque e na Síria, onde proclamou um califado marcado pela imposição brutal de uma versão puritana do Islã. Além da opressão da população, o grupo planejou ou inspirou ataques terroristas na Europa, usando técnicas de propaganda nas redes sociais para atrair um número amplo de voluntários estrangeiros.
Foram vários anos de guerra, nos quais o EI ficou famoso pelas execuções em massa e assassinatos de reféns, antes de o último território do califado na Síria ser retomado, em março. A morte de Bagdadi é considerada uma grande conquista para Trump, cuja decisão abrupta de retirar tropas da Síria despertou temor que os remanescentes do EI pudessem se reagrupar.
Reações
;Quero parabenizar o presidente Trump por essa conquista impressionante que levou à morte do líder do EI. É um passo importante, mas a
batalha continua;,
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel
;A luta continua com nossos parceiros da coalizão internacional para que a organização terrorista seja finalmente derrotada.
É nossa prioridade;,
Emmanuel Macron, presidente da França
;As células adormecidas vingarão Bagdadi. Então devemos esperar de tudo, incluindo ataques às prisões controladas pelas forças curdas, nas quais milhares de jihadistas são mantidos;,
Mazlum Abdi, comandante das Forças Democráticas Sírias (FDS), parcerias de Washington na luta contra o EI
;A morte de Abu Bark al Bagdadi é um estágio importante na luta contra o terrorismo internacional. A Otan continua engajada na luta contra o nosso inimigo comum, o EI;,
Jens Stoltenberg, secretário-geral da Otan