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Depois de duas derrotas sofridas no parlamento em torno do acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), o primeiro-ministro Boris Johnson pediu ontem aos deputados que apoiem a convocação de eleições antecipadas em 15 de dezembro, caso queiram mais tempo para debater o assunto. Depois de fracassar na tentativa de aprovar o acordo no último sábado, Johnson foi obrigado por lei a solicitar à UE o adiamento do Brexit, que deveria ser efetivado no próximo dia 31. Os governos dos países-membros aceitaram o pedido, mas até ontem seguiam negociando o novo prazo ; até 31 de janeiro ou em uma data mais próxima, apenas para permitir a tramitação do acordo na Câmara dos Comuns.
;Acho que o modo de tornar o Brexit efetivo é ser razoável com o parlamento e dizer (aos deputados) que, se quiserem mais tempo para estudar (a legislação que implementa o acordo com Bruxelas), ;têm de apoiar as eleições gerais em 12 de dezembro;, disse Johnson à emissora pública BBC. Para antecipar o pleito, previsto para 2022, são necessários os votos de dois terços dos parlamentares, o que depende do apoio de ao menos parte das bancadas de oposição. Em carta que enviou ao líder da maior delas, o trabalhista Jeremy Corbyn, o premiê invocou ;o nosso dever de acabar com esse pedadelo;.
O ministro extraordinário para relações com o parlamento, Jacob Rees-Mogg, anunciou o envio de uma moção propondo a convocação das eleições em dezembro. Ao menos inicialmente, porém, a proposta de Johnson encontrou resistências. A deputada trabalhista Valerie Vaz reiterou que seu partido somente apoiará a antecipação ;se for definitivamente descartado um Brexit sem acordo e se a prorrogação (do prazo de desligamento da UE) permitir;. Os embaixadores dos países-membros devem discutir no fim de semana a nova data para efetivar a saída do Reino Unido, mas a persistência do impasse pode forçar a convocação de uma reunião entre os governantes, na semana que vem.