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Manifestações prosseguem no Chile

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O Chile enfrentou ontem novas manifestações, depois dos dias de tumultos sociais que totalizam 18 mortes e que não parecem ceder. Muitos chilenos querem voltar à vida normal, enquanto outros preferem seguir nas ruas em busca de uma profunda mudança no sistema econômico. Diante da multiplicação de denúncias de supostos abusos por parte das forças do Estado, que militarizaram várias cidades, a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, a ex-presidente chilena Michelle Bachelet, anunciou que havia ;decidido enviar uma missão de verificação para examinar; a situação no país. As autoridades confirmavam 18 mortos durante as manifestações.

Por sua vez, o Instituto Nacional de Direitos Humanos (NHRI) relatou que 535 pessoas ficaram feridas ; 239 delas por armas de fogo ; e 2.410 foram detidas. A Central Unitária de Trabalhadores (CUT) e cerca de 20 organizações sociais convocaram um segundo dia de paralisação ontem. No entanto, pela manhã, muitos habitantes foram trabalhar no centro de Santiago, e o comércio abriu timidamente as portas. Diante do clima agitado, as Forças Armadas decretaram o sexto toque de recolher consecutivo para a capital, em meio a violentos protestos e saques em várias partes do país. ;O chefe da Defesa Nacional da região metropolitana decretou um toque de recolher das 22h de 24 de outubro às 4h de 25 de outubro;, informou o Exército em sua conta no Twitter.

Professor de Estudos Internacionais da Universidade do Chile, Miguel Ángel López relatou ao Correio que os protestos se mantêm. ;Os principais centros comerciais e supermercados das zonas mais pobres do país foram saqueados e alguns incendiados. A cidade está voltando à normalidade aos poucos. A jornada trabalhista ainda é curta, e se encerra às 15h ou 16h. Além disso, as universidades seguem fechadas;, disse. De acordo com López, o toque de recolher foi encurtado pelas autoridades: se antes, era proibido sair às ruas entre as 19h e as 7h, agora a restrição à circulação ocorre das 22h às 4h.

O Exército também convocou reservistas. ;Há uma pequena reserva, não mais do que 3 mil pessoas, em sua maioria profissionais e estudantes, convocados para realizar trabalhos administrativos no interior dos quartéis;, explicou López. A ideia, de acordo com ele, é permitir que os militares atuem na contenção dos protestos. O professor contou que em Santiago circulam fake news (notícias falsas) dando conta de que os militares têm autorizado saques e demonstrado negligência na proteção aos estabelecimentos comerciais. ;Parte desses reservistas também ajudará na patrulha das estações de metrô e possibilitará que alguns dos soldados descansem, depois de várias noites em atividade.;



18
Total de mortos durante as manifestações, entre eles cinco agentes do Estado e uma criança