A Rússia concordou em ajudar a Turquia a expulsar milícias curdas de uma "zona segura" no nordeste da Síria, fazendo destacar sua atuação como membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), preocupada com o reequilíbrio de poder na Síria, devastada pela guerra como os Estados Unidos.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse que suspenderia a ação militar contra os curdos por quase seis dias para permitir que eles evacuem a área. Durante esse período, as forças de segurança russas e sírias afastariam qualquer combatente curdo da fronteira com a Turquia, já que são considerados uma ameaça terrorista.
"O pacto pode ser um ponto de inflexão", disse o presidente russo Vladimir Putin na cidade turística de Sochi, no Mar Negro, após conversar com o presidente da Turquia.
Rússia e Turquia tentam dividir seu poder de influência na Síria com os Estados Unidos, após a retirada das tropas americanas da região.
O apoio da Rússia ao plano turco deve desagradar o outro apoiador do presidente sírio Bashar al-Assad, o Irã, que condenou o ataque da Turquia contra os curdos.
A súbita ordem de retirada de Trump foi criticada por senadores republicanos e democratas em uma audiência do Comitê de Relações Exteriores do Senado na terça-feira, na qual muitos congressistas disseram que a medida prejudicou o objetivo da política externa dos EUA de minar o grupo extremista Estado Islâmico. Os curdos ajudavam os EUA a conter o EI na Síria.
As negociações entre Putin e Erdogan coincidiram com o fim da trégua de cinco dias acordada com os americanos. Erdogan concordou em interromper a ofensiva militar em troca dos EUA ajudarem a afastar os combatentes curdos das cidades fronteiriças de Tal-Abiad e Ras al-Ain. Mas o pacto com Washington cobre apenas cerca de um quarto da zona segura proposta por Erdogan. O novo acordo com a Rússia cobriria o restante da região. Fonte: Dow Jones Newswires.