<div style="text-align: justify">[FOTO1]Milhares de pessoas <strong>ocuparam as ruas</strong> de diversas cidades da <strong>Bolívia</strong> na noite desta segunda-feira(21/10), para protestar contra uma suposta fraude na apuração das eleições de domingo, que levaria o presidente <strong>Evo Morales</strong> à reeleição logo no primeiro turno.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Uma multidão enfurecida incendiou a fachada da sede do tribunal eleitoral da cidade de Sucre, 700 km a sudeste de La Paz, em meio aos gritos de "fraude", fazendo a polícia de choque recuar.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Após afugentar a polícia, os <strong>manifestantes</strong> ocuparam o acesso ao tribunal eleitoral, abandonado pelos funcionários, revelou o site do jornal Correo del Sur, de Sucre.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Em Oruro (sul), <strong>centenas de jovens</strong> tentaram ocupar a sede do tribunal eleitoral, mas foram dispersados com bombas de gás lacrimogêneo pela polícia de choque, segundo o portal Doble Impacto.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Em Cochabamba (centro), manifestantes romperam o perímetro de isolamento do local da apuração, mas foram finalmente contidos pela polícia, revelou o jornal Opinión.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Em La Paz, grupos de opositores<strong> protestavam nas ruas</strong> e acusavam o tribunal eleitoral de fraudar a apuração para beneficiar Morales, enquanto partidários do presidente comemoravam sua reeleição no primeiro turno.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Os protestos começaram em Potosi (sudeste), onde o Tribunal Departamental decidiu suspender a apuração de votos, mas em seguida os manifestantes ocuparam as ruas de Santa Cruz (leste), tradicional feudo da oposição, e de La Paz.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O candidato presidencial Carlos Mesa, adversário de Morales, já declarou que não reconhecerá os resultados de uma apuração fraudada.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"Não vamos reconhecer estes resultados, que são parte de uma fraude consumada de maneira vergonhosa e que está colocando a sociedade boliviana em uma situação de tensão desnecessária", declarou Mesa a meios de comunicação de Santa Cruz, no leste do país.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A apuração rápida de atas (TREP), reiniciada no final da tarde desta segunda-feira, atribuía a Morales 46,87% dos votos, contra 36,73% para Carlos Mesa, com 95,30% das atas verificadas, concedendo ao presidente de esquerda 10,14 pontos de vantagem, o suficiente para vencer no primeiro turno.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O tribunal eleitoral "fraudou a apuração e deu 10 pontos de diferença (para Morales). Agora imagino que vão aumentar isto, consumando a fraude, consumando um roubo eleitoral inaceitável", denunciou Mesa.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Segundo a Constituição boliviana, para vencer no primeiro turno o candidato deve obter mais de 50% dos votos votos válidos ou aos menos 40% com uma vantagem de 10 pontos sobre o segundo colocado.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"O governo criou uma situação impossível e denunciamos isto também à comunidade internacional", disse Mesa, presidente boliviano entre 2003 e 2005.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A missão de observadores da OEA na Bolívia manifestou nesta segunda-feira sua "profunda preocupação e surpresa pela mudança drástica e difícil de justificar na tendência dos resultados preliminares conhecidos após o fechamento das urnas" no domingo.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Quando o sistema de contagem rápida TREP foi suspenso por um tribunal eleitoral (TSE), na noite de domingo, os números "indicavam claramente um segundo turno, tendência que coincidia com a única apuração rápida autorizada e com o exercício estatístico da Missão" da OEA.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">[SAIBAMAIS]Em La Paz, nos arredores de um luxuoso hotel onde o TSE faz a apuração dos votos, militantes do partido de Mesa, o Comunidade Cidadã, estiveram desde o meio-dia agitando bandeiras do partido e gritando para pedir respeito à votação que, insistem, assegura um segundo turno.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"Eu vim pedir o respeito ao meu voto, é evidente que aqui houve uma fraude", disse à AFP o jovem Alexis Romero.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Do lado oposto, Milka, uma militante pró-Morales, que não quis dar seu sobrenome, disse: "estamos aqui para defender o voto da cidadania".</div>