Lideradas por curdos, as Forças Democráticas Sírias (SDF, na sigla em inglês) disseram que os seus combatentes se retiraram de uma cidade fronteiriça crucial no nordeste da Síria, cumprindo uma parte do acordo de cessar-fogo acertado entre os Estados Unidos e a Turquia, ao passo que um grande comboio de tropas americanas também se preparava para deixar o país e o seu prolongado conflito.
Ancara concordou com Washington na última quinta-feira sobre uma trégua de cinco dias, durante a qual se espera que os curdos sírios deixem uma área que a Turquia definiu como uma zona segura ao longo da fronteira entre os dois países. Ambos os lados acusaram um ao outro de violar o cessar-fogo, com a cidade de Ras al-Ain no centro da disputa.
Críticas alegam que o acordo foi uma concessão no atacado a Ancara, dando aos turcos controle sobre uma área na Síria que eles cobiçaram por anos e liberando-os de sanções dos EUA em troca de uma pausa na ofensiva para a qual eles não tinham qualquer apoio internacional. Enquanto o presidente Donald Trump celebrou o pacto como uma vitória diplomática, os curdos aliados de Washington o compararam a uma rendição da sua parte.
"Hoje, evacuamos a cidade de Ras al-Ain de todos os combatentes da SDF. Não temos mais nenhum combatente na cidade", disse hoje o porta-voz das SDF Kino Gabriel.
A retirada dos EUA deixou um vácuo para o governo sírio e os seus apoiadores russos e iranianos preencherem.
À medida que forças americanas vagaram posições em várias áreas, incluindo Manbij, Raqqa, Tabqa e Kobane, forças do regime sírio as adentraram ao lado de combatentes curdos que até recentemente lutavam ao lado de tropas americanas, dizem ativistas locais.