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O presidente regional da Catalunha, Quim Torra, sugeriu nova votação sobre a independência na região espanhola durante seu mandato em resposta à condenação de seus ex-líderes pela tentativa de secessão de 2017. ;Defenderei que essa legislatura (que expira no início de 2022) seja concluída com o exercício novamente do direito à autodeterminação;, declarou ao Parlamento regional. ;Todos conhecemos as dificuldades impostas pela repressão e pelo medo. Mas devemos seguir em frente e não ser intimidados por ameaças e proibições.;
Essa tentativa fracassada de secessão em outubro de 2017, promovida pelo antecessor de Torra, Carles Puigdemont, levou à condenação entre 9 e 13 anos de prisão de nove líderes separatistas, decisão tomada na segunda-feira pelo Supremo Tribunal Federal que provocou três dias de fortes protestos com muita violência nesta região do nordeste da Espanha.
Até quarta-feira à meia-noite, com vários carros queimando em Barcelona e manifestantes jogando coquetéis molotov na polícia, Torra não condenou os fatos. Em sua participação parlamentar, pediu apenas para ;isolar e separar os provocadores e agitadores dos manifestantes separatistas;, mas também que sejam investigadas as ações da polícia subordinada a seu próprio governo por supostos excessos.
Após nova noite de violência nas ruas de Barcelona, os defensores da independência catalã começaram ontem o quarto dia consecutivo de mobilização contra a condenação de seus líderes. Barcelona mostrava as cicatrizes dos tumultos, com veículos queimados e barricadas nas ruas, e as autoridades locais relataram bloqueios de estradas devido a protestos ou a queima de pneus em diferentes partes da Catalunha. Muitas vias férreas também foram ocupadas por manifestantes na região de Barcelona, o que prejudicou a circulação de trens, mas o serviço foi retomado algumas horas depois.
Na quarta-feira, 96 pessoas receberam atendimento médico em quatro cidades da região, 58 delas em Barcelona, de acordo com fontes médicas. O ministério do Interior informou que 33 pessoas foram detidas na quarta-feira, 12 delas em Barcelona, pela violência que deixou 46 policiais (nacionais e regionais) feridos, alguns deles com gravidade. O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, não anunciou qualquer medida extraordinária em relação aos distúrbios.