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Ex-presidente sul-africano Zuma será julgado por corrupção

O tribunal tomou a decisão por unanimidade, mas o ex-chefe de Estado, presente no tribunal, ainda pode recorrer da decisão

Agência France-Presse
postado em 11/10/2019 13:51
O ex-presidente sul-africano Jacob Zuma será julgado por corrupção pela primeira vezForçado a renunciar em 2018, o ex-presidente sul-africano Jacob Zuma será julgado por corrupção pela primeira vez, depois que a Justiça sul-africana se recusou nesta sexta-feira (11/10) a arquivar as acusações contra ele, em um caso de venda de armas.

No poder de 2009 a 2018, Zuma é suspeito de ter recebido quatro milhões de rands (240.000 euros) em suborno do grupo francês Thales em troca de um contrato de quase 4 bilhões de euros em armas assinado em 1999.

No início deste ano, o ex-presidente havia pedido que as acusações de corrupção, lavagem de dinheiro e extorsão fossem retiradas neste caso e se considerou vítima de uma "caça às bruxas".

O tribunal tomou a decisão por unanimidade, mas o ex-chefe de Estado, presente no tribunal, ainda pode recorrer da decisão.

O Tribunal Superior de Pietermaritzburg deu razão à acusação, que alegou que os argumentos da defesa de Jacob Zuma eram "escandalosos".

O Ministério Público recebeu com satisfação a decisão e acrescentou que "o caso será julgado na próxima semana pelo Tribunal Superior de Pietermaritzburg, de 15 a 18 de outubro".

Este é o primeiro processo de corrupção contra Jacob Zuma, envolvido em uma série de escândalos que causaram sua queda em fevereiro de 2018.

[SAIBAMAIS]Abandonado por seu partido, o Congresso Nacional Africano (CNA), do falecido Nelson Mandela, foi forçado a renunciar. Zuma foi substituído pelo novo chefe do CNA, Cyril Ramaphosa, que prometeu limpar seu partido e o país da corrupção.

O início do julgamento pode ser adiado, porém, devido às possibilidades de recurso.

"Isso se estenderá ainda mais", alertou o analista político Xolani Dube, questionado pela AFP.

Este caso já sofreu várias reviravoltas judiciais. As acusações contra Zuma foram suspensas e restabelecidas várias vezes, após os apelos e as decisões controversas do procurador-geral.

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