Sete países latino-americanos anunciaram nesta terça-feira, 8, seu "firme apoio" ao presidente equatoriano, Lenín Moreno, e rejeitaram "toda ação" do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e seus aliados para desestabilizar o Equador, que enfrenta grandes protestos em meio a altas nos preços do combustível.
"Os governos de Argentina, Brasil, Colômbia, El Salvador, Guatemala, Peru e Paraguai manifestam seu profundo rechaço a toda tentativa de desestabilizar os regimes democráticos legitimamente constituídos e expressam seu firme apoio a todas as ações empreendidas pelo presidente Lenín Moreno", diz a nota divulgada em Bogotá pelo Ministério de Relações Exteriores.
Os sete países também condenaram qualquer influência de Maduro - ao qual se opõem - e seus aliados para desestabilizar o governo equatoriano. "(Os governos) rejeitam toda ação destinada a desestabilizar nossas democracias por parte do regime de Nicolás Maduro e dos que buscam estender os alinhamentos de sua nefasta obra de governo aos países democráticos da região", indicaram.
Na segunda-feira, Moreno acusou Maduro e o ex-presidente equatoriano Rafael Correa, seu ex-padrinho político, de estarem por trás de um "plano de desestabilização" para tirá-lo do poder.
Nesta madrugada, o presidente equatoriano se viu obrigado a transferir a sede de seu governo de Quito para Guayaquil depois de milhares de manifestantes cercarem o palácio presidencial.
O respaldo do grupo de países latinos se une ao manifestado na segunda-feira pelos Estados Unidos, aliado de Moreno.
Entenda a crise
Os protestos contra Moreno começaram na quinta-feira, 3, depois de o governo anunciar o corte de subsídios para combustíveis como parte de uma reforma econômica prevista em acordo de empréstimo de US$$ 4,2 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Grupos indígenas e outros manifestantes fizeram barricadas em estradas com pneus, pedras e galhos queimados, enquanto a polícia usou veículos blindados e gás lacrimogêneo para acabar com as manifestações.
Desde 1997, protestos populares já causaram a renuncia de três governantes do Equador.