Durante este período, um grupo de trabalho da ONU que investiga sobre os crianças no conflito afegão constatou 14.202 violações graves contra eles em todo o país, relata um informe do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
"De maneira alarmante, confirmaram-se 12.599 casos de assassinatos e mutilação de crianças, o que representa quase um terço de todas as vítimas civis e um aumento de 82% em vítimas infantis em comparação com os quatro anos anteriores", diz o documento, que estima que a escala de violações graves seja maior do que isso.
O informe identifica "o recrutamento e a utilização de 274 crianças e a violência sexual contra 17 crianças, assim como o sequestro de 231 crianças, 832 ataques a escolas e hospitais e 249 incidentes de negação de acesso humanitário a crianças".
Segundo o documento, os grupos armados são os principais autores das violações graves, salvo nos casos de agressão sexual, com frequência atribuídos às forças de segurança afegãs.
Em suas observações e recomendações, Guterres disse estar "profundamente perturbado pela escala, gravidade e recorrência das violações graves cometidas contra as crianças no Afeganistão e pelo fato de que continuam sendo as mais afetadas pelo conflito armado".
"Peço a todas as partes que parem imediatamente todas as violações", insistiu, acrescentando que está "extremamente preocupado com o significativo aumento no número de vítimas infantis, incluindo os óbitos resultantes das operações aéreas realizadas pelo governo e pelas forças pró-governo".