Foi com uma clara recriminação ao partido de esquerda Podemos que o primeiro-ministro interino da Espanha, Pedro Sánchez, oficializou a decisão de convocar novas eleições para novembro ; o segundo pleito em sete meses. Vencedor nas urnas em abril, mas sem maioria, o líder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) desistiu de tentar o apoio de outras legendas para estabelecer o novo governo. E acusou o líder do Podemos, Pablo Iglésias, de ter ;bloqueado pela quarta vez a investidura de um (premiê) socialista;.
;Agora, pedimos aos espanhóis uma maioria mais clara em 10 de novembro;, disse ao retornar de uma reunião com o rei Felipe VI, que concluiu ontem mais uma rodada de conversações com líderes políticos, sem perspectiva de um acordo capaz de superar um prolongado impasse. A nova eleição será a quarta no intervalo de quatro anos, período que coincide com o enfraquecimento tanto do PSOE quanto do direitista Partido Popular (PP), que se revezaram no poder desde a volta da democracia, em 1976.
Pedro Sánchez assumiu o governo em 2018, com uma manobra parlamentar bem-sucedida pela qual aprovou um voto de desconfiança no antecessor, Mariano Rajoy, do PP, fragilizado por denúncias de corrupção. O líder socialista governou em minoria até fevereiro passado, quando seu projeto de orçamento foi derrubado e a opção escolhida foi chamar os espanhóis de novo às urnas, em abril.
Desde então, sucederam-se tentativas de obter o endosso do Podemos e outras legendas menores para aprovar no parlamento o novo governo. ;Tentei por todos os meios, mas tornaram isso impossível;, desabafou, referindo-se a Iglésias.