A ONU pediu desculpas ao governo e ao povo da Espanha ao admitir nesta segunda-feira (16/9) "um erro horrível" em um de seus sites, que apontava os republicanos como os autores do massacre de Guernica, a cidade do País Basco arrasada pela aviação nazista e pela Itália fascista a pedido dos nacionalistas durante a Guerra Civil Espanhola (1936-39).
Stephane Dujarric, porta-voz do secretário-geral António Guterres, explicou que a ONU percebeu no fim de semana que seu site de gerenciamento de presentes atribuiu incorretamente por dois ou três anos "a autoria do massacre de Guernica à República da Espanha", um erro horrível.
"Os republicanos foram as vítimas, não os autores" do massacre ocorrido em 26 de abril de 1937 e imortalizado por Pablo Picasso em uma imensa pintura em junho daquele ano, disse Dujarric numa entrevista coletiva.
O porta-voz disse que o site foi temporariamente desativado para corrigir o erro e revisar todo o seu conteúdo.
"Lamentamos o erro e estendemos nossas desculpas ao povo e ao governo da Espanha", disse Dujarric.
A grande pintura de Picasso, trabalhado nas cores cinza, preto e branco e mostra corpos mutilados e rostos distorcidos pela dor, tornou-se um poderoso símbolo do horror da guerra. Atualmente, é exibido no museu Rainha Sofia, em Madri.
Uma enorme painel que reproduz a "Guernica" em tamanho natural, de -3,5 metros de altura por quase oito metros de comprimento, está localizada na saída do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
A reprodução foi cedida à ONU de Happy Rockefeller, viúva de Nelson Rockefeller, que o encomendou à artista francesa Jacqueline de la Baume Dürrbach em 1955. A obra foi confeccionada sob a supervisão do próprio Picasso.