Em meio a uma profunda crise econômica e a uma tensa campanha para das eleições gerais de outubro, o presidente, que busca um segundo mandato, também defendeu a "transparência" de seu governo e sustentou que o país pode viver "sem máfias, ou corrupção".
- Medidas na "emergência" -
Macri defendeu a decisão de seu governo e do novo ministro das Finanças, Hernán Lacunza, de "estender os termos da dívida para aliviar os encargos financeiros no curto, médio e longo prazo" e limitar a volatilidade da taxa de câmbio por meio de controles para promover a "estabilidade" e "proteger os poupadores".
"São medidas que se justificam apenas na emergência, mas que são necessárias para evitar danos maiores", argumentou o presidente argentino, que, após assumir em 2015, havia desarticulado os mecanismos de controle cambial estabelecidos por sua antecessora, a peronista Cristina Kirchner, e que agora volta atrás.
O governo de Macri estabeleceu, além disso, um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) no valor de US$ 57 bilhões para tentar trazer tranquilidade a um agitado mercado cambial.
Segundo dados oficiais, o endividamento argentino passou do equivalente a 52,6% do PIB, em 2015, para 88,5%, em 2019.
"Continuaremos a tomar as decisões necessárias para trazer paz de espírito" aos argentinos, afirmou o presidente, em um país com 32% da população em situação de pobreza, desemprego de 10,1% em junho e uma inflação projetada de 55% para 2019.
- Chamado ao diálogo -
Macri também defendeu em sua coluna "ter devolvido credibilidade e transparência ao INDEC (o instituto oficial de estatísticas), melhorado a Justiça e respeitado a independência dos Poderes".
O presidente, que sofreu um duro golpe nas eleições primárias partidárias de agosto, pediu diálogo para tirar a Argentina da crise.
"Para avançar, precisamos chegar a um consenso, especialmente aqueles que ocupam um papel de liderança no país. (...) Sem diálogo, não há um progresso possível. Por isso (...) estou em contato permanente com os vários representantes dos partidos que competem nas eleições de outubro", argumentou.
A coluna do presidente argentino conclui defendendo uma "Argentina republicana e livre (...) onde não há lugar para máfias, ou corrupção".