Jornal Correio Braziliense

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Tubo de ensaio - Fatos científicos da semana

; Segunda-feira, 2
Desafio na missão lunar indiana


A Índia deu mais um passo em sua missão espacial. O orbitador e o módulo de pouso da missão lunar indiana Chandrayaan-2 conseguiram se separar com sucesso, anunciou a agência espacial indiana Isro (sigla em inglês). A expedição partiu em 22 de julho e tem o objetivo de pousar hoje o módulo e um robô móvel perto do polo sul da Lua, a cerca de 384 mil quilômetros da Terra. Se a missão tiver sucesso, a Índia se tornará a quarta nação que consegue fazer um aparelho pousar na Lua, depois da União Soviética, dos Estados Unidos e da China. O Chandrayaan-2 girou em volta da Terra durante várias semanas, elevando gradualmente sua órbita para alcançar a lunar. O robô chamado Pragyaan cumprirá sua tarefa durante um dia lunar, equivalente a 14 dias terrestres. Estudará as rochas e o solo da superfície. Em 2022, a Isro pretende enviar uma equipe de três astronautas ao espaço, no que seria seu primeiro voo tripulado.


; Terça-feira, 3
Câncer é principal causa de mortes em países ricos


Dois estudos mostram que, embora as doenças cardiovasculares continuem sendo a principal causa de mortalidade entre os adultos em idade média no mundo, nos países ricos esse posto é ocupado pelo câncer. É provável que se transforme na causa mais comum de morte no mundo nas próximas décadas;, advertem os pesquisadores. Em 2017, as doenças cardíacas representaram mais de 40% dos óbitos (quase 17,7 milhões), seguidas pelo câncer, com 26% dos registros. Nos países ricos, porém, a situação é inversa, de acordo com as pesquisas publicadas na revista médica The Lancet e apresentadas no Congresso da Sociedade Europeia de Cardilogia (ESC), em Paris. ;O mundo assiste a uma nova transição epidemiológica;, diz Gilles Deganais, professor emérito da Universidade Laval de Québec e coautor dos dois estudos, que acompanharam 160.000 adultos em uma década (2005-2016).


; Quarta-feira, 4
Rastros desvendam animal


Uma equipe de pesquisadores, coordenados pelo paleontólogo Shuhai Xiao, da Universidade Virgínia Tech (EUA), conseguiu descrever a existência de ;um dos animais móveis mais antigos;, o Yilingia spiciformis, que viveu há 550 milhões de anos, durante o Ediacarano. Ao morrer, ele deixou o rastro de seu último deslocamento, o que permitiu aos cientistas estudá-lo. O fóssil foi encontrado nas gargantas de Yangtzé, no sul da China. Comparado a um ;verme segmentado; (o corpo é formado por vários anéis sucessivos, idênticos), o Yilingia morreu enquanto avançava. Embora já tenham sido descobertas muitas pegadas de deslocamento que remontam ao Ediacarano (há entre 635 e 542 milhões de anos) na Austrália, Estados Unidos, Canadá e África, os fósseis dos animais que teriam feito estes movimentos são mais incomuns. ;O animal possui dois lados simétricos, uma cabeça e um rabo;, explicou Shuhai Xiao, assinalando que não há mais animais vivos parecidos com ele ; a centopeia é o mais semelhante.


; Quinta-feira, 5
US$ 3 mi para foto do buraco negro


Os 347 cientistas envolvidos na produção da primeira imagem de um buraco negro receberam o Prêmio Breakthrough, de US$ 3 milhões, chamado de Oscar da ciência. Dirigida pelo astrônomo americano Shep Doeleman, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, a equipe internacional do Event Horizon Telescope foi notícia em todo mundo, em 10 de abril, ao publicar uma fotografia do buraco negro M87. O registro foi produzido graças a observações simultâneas em abril de 2017 de oito radiotelescópios em diferentes pontos da Terra que apontavam para o M87. Assim, os astrônomos transformaram nosso planeta em uma espécie de telescópio gigante para obter uma resolução sem precedentes. A imagem inédita permitiu ver a silhueta do buraco negro em detalhes pela primeira vez na história e confirmar previsões teóricas sobre a estrutura desses corpos celestes.