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'China está comendo as tarifas', diz Trump antes de diálogo com Pequim

As duas maiores economias do mundo se enfrentam há mais de um ano, em uma tensa disputa que ressoltou em taxas mútuas

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira (6) que os custos de sua prolongada guerra comercial com a China estão afetando diretamente o gigante asiático.

As duas maiores economias do mundo se enfrentam há mais de um ano, em uma tensa disputa que significou tarifas mútuas. O confronto se intensificou em 1; de setembro, quando ambas as partes voltaram a impor uma nova rodada de taxas sobre bens, da ordem de bilhões de dólares.

"A China está comendo as tarifas", tuitou Trump, repetindo sua afirmação de que taxas mais altas significam que Washington arrecadou bilhões de dólares da economia asiática, e não os importadores americanos.

"A China está tendo o pior ano em décadas. As conversas estão acontecendo, bom para todos", insistiu o presidente.

As negociações comerciais entre China e Estados Unidos foram retomadas em um clima de tranquilidade, apesar da recente imposição de novas tarifas - disse hoje o assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, nesta sexta.

Uma reunião entre negociadores chineses e americanos está programada para acontecer "no início de outubro" em Washington.

"É muito importante (...) um acontecimento positivo", afirmou Kudlow à rede CNBC.

"Não tenho como prever o resultado destas novas discussões", declarou. "Digo apenas que é bom que venham e que os espíritos estejam mais tranquilos", completou Kudlow.

"Gostaríamos de voltar para onde estávamos em maio, quando estávamos nos aproximando de um acordo, talvez estivéssemos a 90% do caminho", apontou.

"Agora estamos envolvidos em uma discussão muito importante em todos os níveis: da agricultura e da propriedade intelectual até a transferência de tecnologia, ou a ciberpirataria, ou as barreiras comerciais", comentou.

Inicialmente, as conversas seriam retomadas este mês, mas o Ministério chinês do Comércio disse que o vice-primeiro-ministro Liu He - pessoa-chave de Pequim para os temas de comércio - concordou que fossem em outubro. O acerto foi feito durante um telefonema com o representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR), Robert Lighthizer, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.

Washington e Pequim estavam prestes a assinar um acordo comercial no início de maio, quando o diálogo bilateral estancou. Desde então, as tensões se intensificaram com a entrada em vigor de tarifas mais altas.

Até o final do ano, o presidente Donald Trump planeja sobretaxar todas as importações da China equivalentes, segundo dados de 2018, a cerca de 540 bilhões de dólares.