"Destaquei que os direitos e liberdades devem ser garantidos", declarou a chanceler alemã em uma entrevista coletiva ao lado do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang.
"Na atual situação é necessário fazer tudo para evitar a violência e soluções serão encontradas apenas por meio do diálogo", completou a chefe de Governo da Alemanha.
"Há demonstrações de que a chefe do Executivo de Hong Kong deseja praticar o diálogo", destacou Merkel.
A alemã considerou um "passo importante" o anúncio da retirada do polêmico projeto de lei sobre as extradições para a China, que provocou o início dos protestos na ex-colônia britânica há três meses.
A líder do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, pediu na quinta-feira aos manifestantes um diálogo, um dia depois de anunciar a retirada do projeto, medida que não foi suficiente para convencer o movimento pró-democracia.
"Espero que, com base nisso, os que protestaram tenham a oportunidade de participar neste diálogo, no âmbito de suas liberdades civis, e que aconteçam avanços", insistiu na entrevista, transmitida pela imprensa alemã.
Em sua décima visita à China, Angela Merkel está acompanhada por uma grande delegação comercial.
O acesso da imprensa foi especialmente complicado. Vários meios de comunicação estrangeiros presentes em Pequim, como a AFP, não receberam credenciais. As autoridades chinesas alegaram falta de espaço pelo grande número de jornalistas que acompanham Merkel.
Antes da visita, ativistas do movimento pró-democracia em Hong Kong pediram ajuda a Merkel, em uma carta publicada na quarta-feira pelo jornal Bild.
"Senhora chanceler Merkel, você cresceu na RDA (Alemanha Oriental). Viveu diretamente o horror de um governo ditatorial", recordaram os ativistas.
"Esperamos que expresse a sua preocupação com a nossa situação e que anuncie nossas reivindicações ao governo chinês durante sua estadia na China", completaram no texto.