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Ministro francês acha que acordo UE-Mercosul não será ratificado

O acordo entre a UE e os quatro países do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) depende de um compromisso específico dos signatários de aplicar o Acordo de Paris sobre o clima

O ministro da Agricultura francês, Didier Guillaume, afirmou nesta terça-feira (3/9) que os chefes de Estado europeus não tinham sido consultados pela Comissão Europeia sobre o tratado com o Mercosul e estimou que este "não será ratificado".

"Os chefes de Estado e de Governo não foram consultados. Serão nos próximos meses, e o presidente francês (Emmanuel Macron) disse o que é. Como se requer unanimidade, acredito que este acordo não será ratificado", declarou a uma comissão de investigação parlamentar.

O ministro lembrou que quando a Comissão decidiu assinar o acordo com o Mercosul, no fim de junho, disse aos mandatários que era um tratado equilibrado e interessante para a Europa, e Macron afirmou ser favorável ao pacto justamente por isso.

"Não tínhamos sequer as traduções jurídicas deste acordo. Depois, se deram conta de que há várias questões", explicou o ministro, apontando compromissos sobre o clima, os incêndios da Amazônia e o comércio agrícola.

"O (acordo com o) Mercosul não é ratificável porque, se fosse, o setor de criação de aves na França se acabaria", afirmou Guillaume.

Macron anunciou no fim de agosto se opor à assinatura do tratado, considerando que seu homólogo brasileiro, Jair Bolsonaro, tinha "mentido" sobre seus compromissos no setor ambiental.

O acordo entre a UE e os quatro países do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) depende de um compromisso específico dos signatários de aplicar o Acordo de Paris sobre o clima.