<div style="text-align: justify"><img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2019/08/30/779949/20190830102146270733u.jpg" alt="Ativistas do movimento pró-democracia foram detidos em Hong Kong" />Várias figuras importantes do movimento pró-democracia de Hong Kong foram detidas nesta sexta-feira (30/8), incluindo Joshua Wong e um deputado, uma operação denunciada por associações como uma tentativa da China de amordaçar a oposição após a proibição de uma nova grande manifestação programada para sábado.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A região semiautônoma enfrenta há quase três meses a crise mais grave desde sua devolução, por parte do Reino Unido, à China em 1997, com manifestações quase diárias, incluindo algumas que terminaram em confrontos.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Um novo protesto estava previsto para sábado para marcar o quinto aniversário da rejeição por parte de Pequim de eleições com sufrágio universal na cidade, decisão que provocou o "Movimento dos Guarda-Chuvas" em 2014, marcado por 79 dias de ocupação do centro financeiro e político de Hong Kong.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Mas após a confirmação de que o protesto foi proibido, os organizadores retiraram nesta sexta-feira a convocação para não agravar a situação. Outras iniciativas, no entanto, estariam sendo planejadas.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Dois líderes do "Movimento dos Guarda-Chuvas", Joshua Wong e Anges Chow, ambos de 22 anos e muito populares nos protestos das últimas semanas, foram detidos nesta sexta-feira, acusados de "incitar a participação em uma concentração proibida".</div><h3 style="text-align: justify"> -"Terror branco" -</h3><div style="text-align: justify">Os dois foram indiciados em uma audiência durante a tarde e colocados em liberdade após o pagamento de fiança.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"Continuaremos o combate, não vamos nos render", prometeu Wong fora do tribunal. Ele criticou o "efeito de congelamento" das detenções de opositores em Pequim.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"Estas detenções mostram a propagação do ;terror branco; em relação aos manifestantes de Hong Kong", declarou Issac Cheng do partido Demosisto, cofundado por Joshua Wong.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Algumas horas antes, outro ativista, Andy Chan, foi detido no aeroporto.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Chan é o fundador do Partido Nacional (HKNP), minúscula formação que defende a independência do território e que foi proibido pelas autoridades em 2018. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Um quarto manifestante pró-democracia, Rick Hui, membro do conselho do bairro popular de Sha Tin, também foi detido nesta sexta-feira, assim como o ex-líder estudantil, Atlhea Suen.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">E pela primeira vez desde o início da mobilização em junho, um deputado, Cheng Chung-tai, também foi detido, de acordo com seu partido, ;Civic Passion;.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A polícia confirmou a detenção de um homem de 35 anos, que identificou pelo sobrenome "Cheng", por "complô para provocar danos criminais" em relação ao ataque do Parlamento em julho.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Mais de 900 pessoas foram detidas desde o início dos protestos, que começaram com o repúdio a um projeto de lei que pretendia autorizar extradições para a China continental.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O movimento ampliou suas reivindicações e passou a denunciar o retrocesso das liberdades, assim como a interferência crescente da China na região semiautônoma, o que viola o princípio "um país, dois sistemas" que determinou a devolução de 1997.</div><h3 style="text-align: justify">- "Ridícula" -</h3><div style="text-align: justify">A organização Anistia Internacional criticou "a operação ridícula durante o amanhecer" e condenou as detenções de Wong e Chow, que são "ataques escandalosos contra a liberdade de expressão e de reunião" e "táticas com o objetivo de espalhar o medo, retiradas dos manuais chineses".</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A polícia negou, no entanto, uma tentativa de sufocar as manifestações do fim de semana. "É totalmente falso", declarou John Tse, porta-voz da força de segurança.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O Executivo de Hong Kong não consegue apresentar respostas a um movimento de protesto inédito.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A polícia decidiu proibir a manifestação de sábado alegando razões de segurança, uma medida drástica que pode ter o efeito contrário e provocar novos confrontos com ativistas radicais.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O paradoxo é que a manifestação de sábado foi convocada pela Frente Civil de Direitos Humanos (FCDH), um movimento pacífico pacífica que liderou as maiores passeatas dos últimos meses, em particular a de 18 de agosto, que reuniu 1,7 milhão de pessoas, segundo os organizadores, e terminou sem incidentes.</div><h3 style="text-align: justify">- Partida de futebol -</h3><div style="text-align: justify">Uma das líderes da Frente, Bonnie Lang, afirmou que a FCDH "não tem outra opção a não ser cancelar a manifestação de sábado", depois que o recurso apresentado contra a proibição foi rejeitado.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Mas outras iniciativas estão sendo planejadas. Alguns ativistas pró-democracia propõe uma partida de futebol, uma saída em massa para compras ou uma concentração religiosa improvisada.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">É provável que a ala radical, integrada em sua maioria por estudantes muito jovens, ignore o pedido de calma, o que poderia provocar novos distúrbios.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"A polícia acredita que existem líderes no movimento e que sua decisão de proibir a manifestação vai nos deter", afirmou à AFP uma manifestante que se identificou como Kelly.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"Somos nossos próprios líderes e vamos continuar nas ruas. O governo não consegue entender", completou.</div>