Autoridades políticas e especialistas de mais de 180 países estão reunidos na Suíça para discutir propostas de mudanças na Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção (CITES, na sigla em inglês). Criada há mais de 40 anos, a CITES é um acordo internacional entre Estados que oferece proteção, em diversos níveis, a mais 35 mil espécies selvagens.
A conferência ocorre a cada três anos e, desta vez, estarão no centro das discussões os danos causados pela caça furtiva e pelo comércio ilegal, além dos desafios impostos pelo crime vinculados ao tráfico de espécies selvagens na internet.
O impasse quanto ao comércio do marfim será um dos temas mais delicados da CITES.
A prática foi proibida quase que por completa no continente africano em 1989. Mas países da África austral, onde as populações de elefantes se encontram em boa saúde e são bem administradas, reclamam o direito de vender suas reservas de marfim registradas como propriedade dos governos para, segundo alegam, arrecadar fundos para programas de conservação.
Outros países africanos, por outro lado, defendem que todas as populações de elefante do continente, incluindo as da África austral, sejam transferidas para o Anexo I da CITES, o mais protegido, que proíbe, de maneira categórica, qualquer venda de marfim.
Também estão na agenda debates sobre melhorias na proteção de rinocerontes, girafas, tubarões e arraias. O encontro, que terá 12 dias de duração, acontece após a publicação de um relatório das Nações Unidas, em maio, que informou o perigo de extinção de 1 milhão de espécies no planeta.