O Crescente Vermelho palestino informou que 61 pessoas ficaram feridas, e 15 delas foram hospitalizadas. A polícia israelense relatou que quatro de seus agentes tiveram ferimentos e que sete pessoas foram detidas.
Inicialmente, as forças de segurança bloquearam o acesso dos judeus ao local, para evitar tensões. Diante das críticas, voltaram a abrir a única porta de entrada.
Após a oração na mesquita de Al-Aqsa, situada na Esplanada, vários palestinos começaram a cantar palavras de ordem contra a polícia e a lançar objetos na direção dos agentes. Buscando dispersar a multidão, a polícia recorreu a bombas de efeito moral.
"É nossa mesquita, é nosso Aid, mas o Exército chegou e começou a agredir e a lançar granadas de efeito moral", disse à AFP, na mesquita, Assia Abu Snineh, de 32 anos.
Tiroteio letal em Gaza
Chamado de "Nobre Santuário" pelos muçulmanos e "Monte do Templo" pelos judeus, a Esplanada das Mesquitas é o terceiro lugar sagrado do Islã e o maior para os judeus. Encontra-se em Jerusalém Oriental, setor palestino da cidade ocupado e anexado em 1967 por Israel, apesar da rejeição da maioria da comunidade internacional.
Os judeus estão autorizados a entrar no recinto em horários específicos, mas não podem rezar ali, para evitar a escalada de tensões.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse ter decidido autorizar os judeus a entrarem "em consulta com os corpos de segurança".
"A questão não era saber se eles poderiam ir lá, mas de encontrar a melhor maneira para (garantir) a segurança pública e foi o que nós fizemos", declarou em vídeo publicado no WhatsApp.
A festa judaica de Tisha Beav relembra a destruição de seus dois Templos: pelos babilônios, em 587 a.C.; e pelos romanos, no ano 70 da nossa era.
Israel considera toda Jerusalém sua capital indivisível, enquanto os palestinos querem que o setor leste seja a capital de seu Estado. Os confrontos nesta parte da cidade são comuns e se acentuam em determinadas datas.
Embora as autoridades israelenses controlem a entrada à Esplanada das Mesquitas, a gestão deste lugar depende da Waqf, uma fundação muçulmana controlada pelo governo jordaniano.
Neste domingo, a Jordânia e a Organização para a Libertação da Palestina(OLP) denunciaram a "agressão" do Exército israelense, no coração de Jerusalém.
O secretário-geral da Liga Árabe convocou a comunidade internacional a acalmar a situação para evitar "uma batalha religiosa na cidade santa de Jerusalém".
"Isso nos mostra a dimensão religiosa do conflito", reagiu o líder do movimento islamista palestino Hamas, Ismail Haniyeh, em um comunicado.
Também neste domingo, foi morto na Faixa de Gaza um palestino que abriu fogo contra soldados israelenses na fronteira de Gaza, relataram o Exército de Israel e do Ministério de Saúde do território palestino.
Este é o terceiro incidente letal no limite entre esta zona e Israel nos últimos dias.