Um novo estudo do Centro Australiano de Saúde de Precisão da Unisa apresenta a mais forte evidência de uma relação causal entre obesidade e uma ampla gama de doenças graves, incluindo enfermidades cardiovasculares, diabetes, câncer e doenças neurológicas, musculoesqueléticas e respiratórias. O estudo, publicado na Lancet Digital Health, usou dados do Biobanco do Reino Unido ; um banco de dados com informações genéticas e de saúde de meio milhão de voluntários ;para analisar associações entre o índice de massa corporal (IMC) e uma série de condições de 337.536 pessoas.
Pesquisas anteriores sugeriram que o IMC elevado está associado ao aumento do risco de doenças crônicas, como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e câncer. Mas devido à dificuldade de se conduzir estudos clínicos relacionados à obesidade, tem sido difícil provar a causa dessa relação. Agora, Elina Hypp;nen, pesquisadora da instituição, desenvolveu uma análise multidimensional em que os dados genéticos foram submetidos a um conjunto de exames rigorosos a fim de proporcionar alta confiança de causalidade. ;Nós comparamos evidências de cinco diferentes abordagens estatísticas para estabelecer o quão forte a evidência do efeito causal realmente é;, diz ela. ;Evidências totalmente consistentes em todas as abordagens foram observadas em 14 doenças e, para 26, foram obtidas correlações em pelo menos quatro dos cinco métodos utilizados.;
Segundo a pesquisadora, o estudo destaca a importância da pesquisa genética para aprofundar a compreensão sobre o papel dos genes na obesidade e como isso pode ajudar a descobrir formas de manejo e tratamento da doença. ;Há uma necessidade urgente de encontrarmos novas abordagens para gerenciar e prevenir a obesidade. Sabemos que há uma base genética forte, fazendo com que o manejo do peso seja tão difícil para alguns de nós e com que as mesmas estratégias de prevenção não funcionem para todos.;