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Mexicanos eram o alvo, diz atirador

Patrick Crusius, 21 anos, está preso pelo assassinato de 22 pessoas em El Paso, Texas, no último sábado. Na Casa Branca, Donald Trump defende operações migratórias




Quando entrou no hipermercado Walmart de El Paso, no Texas, no sábado passado, Patrick Crusius tinha uma meta definida: matar mexicanos. Foi o que o norte-americano, de 21 anos, relatou à polícia logo após ser detido, sob a acusação de assassinar 22 pessoas. ;O acusado declarou que uma vez dentro da loja, abriu fogo usando seu AK-47, atirando em múltiplas vítimas inocentes. O acusado declarou que seu objetivo eram os mexicanos;, indicou o documento que fez a acusação do suspeito, cujo teor foi divulgado ontem.

A possibilidade de o massacre de El Paso ter sido motivado pelo ódio aos imigrantes veio à tona logo no início das investigações. O próprio Patrick Crusius, um jovem branco e desempregado de 21 anos que morava no subúrbio de Dallas, deixou evidente o que lhe instigou a dirigir por nove horas até a cidade texana.

Vinte minutos antes da ação, ele publicou um manifesto supremacista na internet, intitulado Uma verdade inconveniente. Nele, antecipava que o ataque era uma ;resposta à invasão hispânica do Texas;. Das 22 vítimas, oito eram mexicanas. De acordo com o mais recente censo realizado em El Paso, 80% da população têm origem hispânica. O supermercado onde ocorreu a tragédia é o mais próximo da fronteira e era frequentado por mexicanos.

Defesa
Na Casa Branca, o presidente Donald Trump defendeu, em declarações a jornalistas, as operações maciças que levaram à detenção de 680 pessoas sem documentos em sete fábricas de processamento de frango do sudeste dos Estados Unidos. Trump destacou que essas medidas funcionam como um desestímulo à imigração ilegal.

;Quero que as pessoas saibam que, se vierem aos Estados Unidos ilegalmente, vão embora. E isso serve como um dissuasivo;, disse Trump, acrescentando: ;Quando as pessoas virem o que houve (na quarta-feira), vão saber que não vão ficar aqui;.

As operações em seis cidades do Mississippi foram duramente criticadas depois da divulgação de imagens de meninos e meninas que ficaram sozinhas ao sair da escola, chorando e sem ter para onde ir, nem o que comer. O procurador-geral do Mississippi, Mike Hurst, que comandou as ações, também se defendeu, assegurando que houve preocupação com as crianças.