Na expectativa de mais um fim de semana de protestos, a chefe de governo de Hong Kong, Carrie Lam, advertiu ontem que as manifestações pró-democracia dos últimos dois meses estão provocando uma tormenta econômica na cidade. Entretanto, foi firme em seu recado aos ativistas: não haverá qualquer tipo de acordo. ;No que se refere a uma solução política, não acho que tenhamos que fazer concessões para silenciar os manifestantes violentos;, declarou, após se reunir com líderes empresariais. ;A desaceleração (econômica) desta vez aconteceu muito rapidamente. Alguém a comparou com um tsunami;, citou.
Enquanto Carrie Lam discutia o impacto financeiro da crise, centenas de pessoas realizaram um ato pacífico no aeroporto da ex-colônia britânica para sensibilizar os visitantes estrangeiros sobre seus protestos. A maioria dos manifestantes estava vestida de preto, a cor que representa o movimento deflagrado em 9 de junho. Os jovens se sentaram no chão na área de desembarque. Nas mãos, cartazes em chinês e em inglês, com frases condenando a violência policial.
Os empresários da área de turismo estão entre os mais preocupados coma situação. A companhia de transportes Cathay Pacific relatou que as reservas vêm caindo. As agências de viagens registraram quedas de até 50% da procura e a Junta de Turismo indicou uma redução da ordem de dois dígitos nas chegadas de visitantes na segunda metade do mês passado. ;A recuperação econômica vai levar muito tempo;, reconheceu Lam.
A maior crise política desde que Hong Kong foi devolvida por Londres a Pequim, em 1997, começou com protestos contra um projeto de lei que permitia a extradição de réus para a China. A tramitação da proposta foi suspensa, mas os manifestantes exigem a retirada definitiva.