A Liga, partido do ministro do interior italiano, Matteo Salvini, anunciou nesta sexta-feira, 9, uma moção de censura contra o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, o qual até então apoiava em coalizão com o Movimento Cinco Estrelas (M5E).
A ação ocorre em meio a uma crise política que se desencadeou no país após Salvini afirmar, na quinta-feira, 8, que a aliança no governo estava rompida e pedir que as eleições fossem antecipadas. "Não há mais maioria do governo (...) demos a palavra aos eleitores", exigiu o vice-presidente.
Não está claro quando a moção será debatida, já que o Parlamento está no recesso de verão, mas Salvini quer que os parlamentares sejam chamados de volta a Roma para uma votação na semana que vem, sob o argumento de que a coalizão se tornou inviável depois de meses de conflitos abertos.
O rompimento teve início na quarta-feira, após uma votação no Senado sobre o projeto de uma linha de trem de alta velocidade entre Itália e França. Na ocasião, os aliados votaram em sentidos opostos. O M5E ficou em minoria contra a proposta, que foi aprovada como Salvini pediu.
Com o rompimento, o Senado deve se reunir em 20 de agosto para oficializar a queda do governo, segundo a agência italiana AGI. Nesse caso, o Parlamento seria dissolvido em alguns dias e novas eleições seriam convocadas no prazo entre 50 e 70 dias, conforme a Constituição da Itália.
As pesquisas apontam que, em caso de novo pleito, Salvini teria cerca de 36% das intenções de voto, podendo governar sozinho com o apoio do nanico Fratelli d'Italia. Já o M5E teria apenas 17%, menos da metade do que obteve nas legislativas de março de 2018.
O M5S e a Liga começaram a governar juntos em 1º de junho de 2018, após as eleições de 4 de março deste ano, mas durante esse período já tiveram vários desentendimentos. ( Com agências internacionais)